domingo, 29 de marzo de 2009

A tragédia de El Pueblo – Parte III




Àqueles que vêm se contorcendo para acompanhar este épico-espaguete, assusta a simples idéia de um tragédia com nossas vitoriosas protagonistas. Mas, leitores, se a verba para nossa superprodução fosse maior, se nossos estúdios fossem alguns desertos acima, em Hollywood, lhes garantiria: o final seria feliz. Mas como nem a riqueza nem a moral reinam por aqui, não podemos lhes garantir que um cowboy do espaço chegue ao som de alguma trilha encorajadora e salve o povo. Este cowboy não existe. A terra, aqui, é seca demais. O destino de El Pueblo e das pistoleras está entregue às mãos do caso...

Para não perderem o fio a meada, o que ocorreu foi o seguinte: O rico e esperto Dom Sebastian de além-mar aportou nas terras de El Pueblo com o objetivo de dominar o povo e torná-lo escravo. Sob a retórica de um vida moderna e alicerçado de 200 homens armados, em duas semanas, estava morando no centro de El Pueblo e já fazia politicagens com os mais ricos da região e preparava algo semelhante a um Golpe de Estado, (embora, antes dele, o Estado só fosse algo de papel, uma vez que El Pueblo era regido pela lei de Talião, “Dente por dente, olho por olho”). Dom Sebastian já havia envolvido El Pueblo em suas garras e já tinha força para dominar a região. Faltava-lhe a consolidação política de seu poder. Mas, se desse um Golpe repentinamente, sem motivos aparentes, o Golpe faria transparecer sua má-intenção de dominar o povo e poderia gerar uma revolta sangrenta de todo o povo. Melhor seria forjar uma desculpa, uma batalha com poderosos da região e, após a vitória, tomar o Governo com a retórica de que, após a batalha, manteria a paz e o progresso na região. Um golpe perfeito. Dom Sebastian precisava, portanto, de um “pretexto” para dar seu golpe. Uma desculpa. As Pistoleras traduziram-se em uma isca.

Quando nossas heroínas chegaram de volta à vila, perceberam a densidade seca do ar e bem que se preparam para um confronto. Dom Sebastian montou uma falsa cena de assalto, que as fez intervirem, e imediatamente inaugurou um tiroteio com 200 homens atacando as heroínas. A macarronada desencadeada foi praticamente encharcada de molho ácido de tomate e se tornou intragável. Afogou a massa em tinta vermelha. Neste momento, as Pistoleras estão quase afogadas em sangue de molho pré-pronto e, sem elas, a palavra “esperança” fica destituída de significado para El Pueblo.

Mas, apesar de sua impressionante capacidade para prever os movimentos alheios, Dom Sebastian peca pelo excesso de auto-confiança. Seu maior inimigo, sem saber, não estava armado do lado oposto da rua, mas dentro de si, na sua prepotência. Ao preparar uma emboscada tão traiçoeira para as Pistoleras, conseguiu reduzir suas esperanças a zero, mas, ao mesmo tempo, gerou tal raiva em seus sangues ácidos, tal indignação, que, não fosse tão orgulhoso, deveria, ele mesmo, ter voltado à cena do crime para, olhando em seus olhos raivosos e desesperados, dar o tiro de misericórdia e acabar com a cena, com o deserto, com o blog e com a história. Mas Dom Sebastian não sujaria suas mãos com tempero tão grosseiro. Achou mais “poético” deixá-las se decompondo com insetos e mosquitos que se alimentavam lentamente das feridas das Pistoleras. Em breve, coiotes viriam apenas comer a carne ainda morna que, quase sem vida, enrolava-se na areia como um rocambole à milanesa.

Onde estavam El Justiciero, Zizzo, Trio Los Panchos, Boa Samaritana e os outros? Mortos? Se esqueceram delas?

A morte contava seus lentos e dolorosos segundos para triunfar.

Continua...

7 comentarios:

Dom Sebastian dijo...

Morram Justiceras!
O deserto é meu! É tudo meu! É tudo meu!

Zra dijo...

Uhmmmmm!!!!! Interessante.....Esta chovendo purpurina ai na tua casa ou eh impressao?

Anónimo dijo...

Os verdadeiros heróis não são aqueles que salvam o mundo, mas sim aqueles que fazem com que valha a pena salvá-lo...

Calma Pistoleras a ajuda à d chegar...

Cazique Zioux

Anónimo dijo...

Sinto muito pistoleras, mas eu estou ocupada nesse momento, como Boa Samaritana que sou, estou ajudando o Padre Javier, ele não conseguia subir as escadas para colocar sua coleção de biblias na estante. Só não sei porque ele insiste em segurar e com olhar tão penetrante?!

Enfim, vou rezar por vocês

Boa Samaritana

Zali dijo...

meu querido justiciero!!!!
ta ficando fantastica essa historia!!!!
quero saber mais e mais.... termina logo!!! hahahaha

Anónimo dijo...

A pergunta eh....o que sera que se passa na cabeca de cada uma delas tao perto do fim?

Zermana dijo...

A resposta, meu caro Anonimo, é: NUNCA HÁ FIM PARA LAS PISTOLERAS! "O IMPOSSÍVEL É APENAS UM DESAFIO" (ISSO FOI PICHADO NAS PAREDES DE MEU BARRACO NO DESERTO, POR NOSSO COMPAÑERO ZOVO, COM SEU PRÓPRIO SANGUE, HÁ UNS 12 ANOS ATRÁS), E PARA LAS PISTOLERAS O INFINITO É APENAS O COMEÇO...sei que sairemos dessa, e ser necessário for, zermanas, irei até o deserto resgatar-lhes, com ajuda de meu cavalo (o qual o nome ainda não pode ser revelado)...um abraço de terras distantes...