lunes, 29 de diciembre de 2008

É natal no deserto

....caminhadas eternas por toda aquela areia, um sol imensurado em nossas cabeças, eis que vemos um bar (que parece mais uma ilusão).

Quando entramos, está lá ele, nosso irmão, amigo, e companheiro de tiro, nos esperando com uma cerveja mais do que gelada (inexplicável). Brindamos, bebemos, comemoramos e conversamos por toda noite sem perceber a hora passar. Até que do nada ele solta : SENTOU, SORRIU, DIVIDIU...!!!

Nada mais propício para as pistoleras no meio do deserto à procura de novas emoções e sensações em pleno Natal!

martes, 23 de diciembre de 2008

Sem mira e um coração ferido

foto El Justicero

Quando você é aprendiz de pistolera tem dias em que você esquece a pistola em casa e sai por ai desarmada. E já aprendi. São nesses dias que você precisa dela. Voltando para casa depois de uns drinks com Miguel no bar La Princesa de la Marguerita, aparece uma das companheiras de crime com seu cavalo e me estende a mão. Ela sabia que eu já estava torta, mas não imaginava que eu não estava armada. Na verdade, eu não queria atirar naquele dia e talvez isso seja a melhor justificativa para o final da história. Na garupa de seu cavalo eu não entendia o por que estávamos cruzando o deserto, mas tinha a sensação que a companheira estava prestes a começar o crime. Paramos no Underground exatamente ali, no meio do deserto vermelho. Na entrada já dava para ver o naipe. Eles em volta das mesas de bilhar segurando aquela dose de whisky. Enquanto eu analisava o ambiente, ela já estava atirando de um lado para o outro. Eu andei até a barra, sentei e pedi minha dose. Enquanto companheira estava jogando sinuca, ele sentou ao meu lado e me invitó un shot. Conversa vai, conversa vem, a companheira me olha desconfiada. Eu só balancei a cabeça. E num movimento suave com os pés, ela me empresta a pistola. Com uma dose na mão e a pistola na outra fiquei pensando se eu atirava nele ou não. E quando ele me chamou de preciosa, sem mirar, atirei. E na falta de mira, o tiro atravessou o coração.

lunes, 22 de diciembre de 2008

Os primeiros raios de sol começam a surgir e aos poucos começa a busca por feridos. Saindo do Vilarejo de San Nicolas me surpreendo com o primeiro rosto familiar....a alegria ao encontrar uma de nós depois de uma longa noite cumprindo nosso destino foi indescritível!!!!! Nunca fugimos do caminho ao qual escolhemos, com a alma aberta encaramos o que a vida nos tem a oferecer, mas às vezes ela nos pega de surpresa. Sempre saimos munidas de todas as armas porem alguns dias temos aquela sensação que algo maior está por vir. Ontem foi um desses dias. Como pistoleiras de natureza mantemos a cabeça fria e dentro de nossos corações sabemos que temos o que precisa para vencer mais essa batalha.... No dia seguinte os olhares cansados se cruzam, e sem palavras fica claro que a paixão pela luta e desejo de vitória esconde qualquer ferimento. Os olhares se cruzam novamente, cada uma segue seu caminho mas sempre a espera da proxima guerrilha! Sensacao de dever cumprido.... muito bem cumprido.

Welcome to Las Pistoleras

Depois que elas passaram pelo deserto vermelho, até as flores dos cactos nasceram. E para quem não entende nada de cactos, as flores só nascem uma vez por ano, e normalmente só a noite. E só existe um motivo para isso: as quatro mulheres se encontraram. Agora elas são as companheiras de crime. Unidas pela mesma paixão: o tiro! Deixam o mesmo rastro no local do crime: a letra Z! Ainda não sei se recomendo a vocês um cuidado, ou se apenas digo seja bem-vindo a este blog. Vale lembrar que nem todo ferido gosta ou procura se identificar. Mas sempre existe algo que diz que elas passaram por alí.... e naquela noite o deserto floresceu....