domingo, 27 de noviembre de 2011

A chuva

abriu a janela e viu que estava chovendo. Saiu correndo, atravessou a porta rapidamente e ficou embaixo da chuva dançando com os sábios do deserto. Chuvas assim no deserto é um momento raro, e normalmente isso quer dizer novos ares, novos momentos, novas vidas. Zari dançou com a alma. Sabia da morte do deserto, fazia meses que não via as pistoleras, mas algo dizia que tudo voltaria ao normal, e dançava agradecendo por esse momento que chegaria, chorou, sorriu e colocou a mão no coração. Sabia da novidade, mas esperava a volta de suas amigas e del justiciero para contar...

lunes, 31 de octubre de 2011

el día de los muertos

hoy, el día de las bruxas
mañana, descanso.
después, el día de los muertos.

miércoles, 5 de octubre de 2011

o deserto não está morto...

O deserto, chovendo no molhado, estava mais deserto do que nunca.
Nem sequer uma brisa dava o ar da graça...
Nem uma luz reluzia ou uma vida se avivava...

Era só ela ali sozinha... Zali

Já estivera em terras ainda não desbravadas. Mas, dessa vez, era um caminho com muitos mais passos a dar, sem pegadas a acompanhar ou momentos pra descansar.
Só o calor estava lá... Sempre a escaldar! Com todo seu fervor, sugava o máximo de força de quem ali ousava ficar.
Só que Zali não desistia... Resistia!

E foi assim... dia após dia... noite após noite...
Até que um dia, a força se esgotou e a pistolera se entregou, surpreendentemente, ao amor.
Seus olhos há muito não brilhavam como naquele dia. Suspiros enchiam o ar a sua volta, exalando paixão.
Zarico era seu nome. Grande fazedor de promessas, prometendo até mesmo o mundo para aquela pistolera que se rendeu à inocência, acreditando...
Com ele vivia se entrelaçando, compartilhando, aprendendo, ensinando... Pecado! Pecava!
Como cega estava... Cedeu demais, passou dos seus limites e armou sua armadilha, onde foi apunhalada!

“Zrá” não ela fez... Fez ele, de mãos dadas com mais três, que gargalhavam de prazer, deslisando no sangue de sofrimento de um triste olhar que pairava no pesar que se esvaia de um coração esfanicendo...
Com o amor e a dor, acompanhava a vida que traçava de vermelho trilhas entre os grãos de areia daquele deserto.

Até que um vulto, uma forma, um reflexo, uma espada, uma vingança, uma ferida, uma baixa, uma morte, uma mão, uma ajuda...
A quem, uma vez, morte desejou, tentou e falhou, surpreendeu Zali e dela se tornou o mais próximo de companheiro que aquela pistolera poderia encontrar quando quase alcançou seu último murmuro.

Uma brisa refrescou!
A inocência lhe deixou!
O recado se tomou!
Se fechou! Se levantou! Se armou!
Agora acompanhada, se voltou ao coração do deserto, onde sentia de volta o prazer de seguir com sua saga, carregando seu carma e alguém que se afigurava que com ela estava, estaria e ainda continuava...

lunes, 19 de septiembre de 2011

era uma vez

O deserto se calou, virou cinzas, sem história para contar! Até hoje não sabe o que aconteceu. As pessoas do pueblo vizinho disseram que foi um ataque de piratas, 2 horas de bombardeio sem resposta alguma. Foram atacados sem motivo algum, sem data prevista. Todos os corpos foram enterrados numa cava só. Agora, aos poucos, novos habitantes chegam para conquistar terras sem donos. Vão montar uma nova cidade na terra sem leis.

jueves, 1 de septiembre de 2011

viernes, 8 de julio de 2011

O muro, a estrada, as férias Parte VII, a final

Camera do alto, centraliza na estrada ao pôr do sol, Zari caminhando de costas segurando duas malas.

OFF

Nem ela mais aguentava toda essa história longe do seu próprio pueblo. Já tinha deixado de acreditar que as pistoleras não existiam. Elas só podiam existir. Senão, qual seria a explicação para aquela noite de dose dupla? Ou mesmo suas próprias atitudes para conquistar o café e para detonar o café da frente? Não tinha mais jeito, se antes a ideia era fugir para pensar, agora a ideia era voltar para acreditar. Zari estava cansada, a noite estava chegando, o pueblo estava a menos de 1 hora, mas resolveu, assim como uma boa pistolera, a permanecer para ter histórias para contar.

Entrou no bar mais próximo da estrada, deixou as malas no chão e sentou na primeira cadeira vazia que encontrou. Bateu a mão no balcão e pediu três doses de tequila. Bebeu, eles aplaudiram. Ela se irritou, achou tudo igual, sempre a mesma coisa. Obviamente que atirou em quem não devia, falou com quem não era preciso. As histórias se repetem. Abriu a porta, o passado entrou sem ao menos perguntar, encontrou todos os mortos vivos, lembrou do deserto, das pistoleras, lembrou de tudo que não queria, de tudo que uma férias apagariam fácil de sua mente. Lembrou e não quis lembrar. Saiu do bar, gritou pelo futuro.

E o futuro chega com uma rosa na mão, podiam chamar de don juan, mas esse nome não lembra futuro, poderia ser sebastian, don diego, don pedro. José. Não importa. Importa que no futuro ficou paralizada, abriu o coração e foi flechada pelo cupido. Nada de tiros. Foi flechada mesmo. E agora no futuro só suspira.

Saiu da estrada, saiu das férias. Voltou para o pueblo com a rosa na mão. Mas isso, eu conto depois.

lunes, 27 de junio de 2011

O muro, a estrada, as férias Parte VI

Do alto a camera desce, percorre o caminho da pequena estrada do faroeste até chegar no café de Zari. Enfoca a natureza ao redor, já não há tantas pessoas na estrada e nem ao redor. Do outro lado da estrada ainda há fumaça, o café destruido com restos de cinzas.

OFF
Até hoje a polícia e os bombeiros não prestaram socorro. Ninguém sabe o porquê. Ninguém sabe quem colocou fogo, ou se pegou fogo sozinho. Aqui existe um mistério.

A camera entra no café de Zari, ele está totalmente vazio, as louças continuam na pia. Zari está em seu quarto, arrumando todas as malas, ela vai deixar o café. Vai partir outra vez. Zari caminha até a janela, olha mais uma vez para as cinzas do café, sente saudade. Pega suas malas, desce pela escada, pega algumas garrafas cheias de tequila e coloca em sua bagagem. Atravessa a estrada, escolhe um carro, lembra que não sabe ligar o carro. Atravessa novamente a estrada. Liga para um chaveiro. Espera o chaveiro. O chaveiro sem perguntar, abre todos os carros, faz uma chave da caminhonete azul, ajuda a pistolera colocar todas as malas. Zari sem dinheiro algum sussurra no ouvido dele:

- Mi amor, si quieres... el café es tuyo.
- Y tu mujer? No te quedarás aqui?
- No, estoy de paso! Ahora es por la carretera.

viernes, 3 de junio de 2011

O muro, a estrada, as férias Parte V

Cena 101

Do alto ainda se vê um corpo estendido no chão, sem sangue, sem rastros. A menina ainda respira, dorme como nunca dormiu, descansa de sua própria loucura. O café continua vazio, algum dia desses, esqueceu de abrir a porta antes mesmo de cair no chão. Ninguém entrou, bateram na porta de vidro, chamaram a polícia, ninguém entrou, nem mesmo seu amigo de terno azul. Ninguém sabia o que tinha acontecido, mas o café já não fazia tanta falta, depois que abriram um café logo a frente do café de Zari. Agora todos estavam do outro lado da rua. Zari abre os olhos, calmamente mexe as mãos, depois os pés, aos poucos se levanta, olha ao redor e imagina que é segunda-feira, o dia que o café está fechado. Sobe as escadas para tomar um banho. A memória de Zari já não é a mesma desde que saiu do pueblo, mal se quer podia lembrar que antes mesmo de cair no sono, estava berrando, chorando com o diretor. Nem se quer podia lembrar que existia as pistoleras. Já não lembrava de mais nada, nem que hoje não era segunda e muito menos podia imaginar que abriram concorrência com ela, naquela mesma estrada de merda que quase não passa ninguém, bem ali na sua frente, na sua fuça. Zari sai do banho cantarolando, abre a janela, vê o movimento do outro lado da rua, coça a cabeça, se veste. Desce as escadas, abre as janelas, olha o calendário, se dá conta que hoje é quinta-feira, caminha até a porta do café, atravessa a rua e entra no concorrente. Todos param de conversar, e olham para Zari, que caminha lentamente sorrindo e acenando para seus clientes até o balcão, senta e pede 12 doses de tequila. Todos ficam em silêncio. A garçonete demora uns 20 minutos, ate que completa a décima segunda dose de tequila e mesmo sabendo que não deveria perguntar, não se aguenta:

- as doze doses são para você?
- repete - diz Zari
- as doze doses são só para você?

Zari gargalha, bate palmas, gargalha novamente:

- dose dozes. muito boa essa frase. rimou. - fala Zari com os olhos cheios de lágrimas. - Sim, são todas para mim. E vou tomar de duas em duas. Dupla, conhece? Estou com saudade de uma pessoa que não sei se existiu. - zari gargalha novamente - pra te falar a verdade, eu não sei se a minha vida existiu até uns 3 meses atrás. Então, vou tomar tequila pra ver se ainda lembro fazer o que fazia tão bem feito. Ou melhor, quase uma aprendiz, elas me chamavam de aprendiz.

- Elas quem? - pergunta a garçonete

Zari fica olhando seriamente a garçonete, fica pensando numa resposta:

- Minhas irmãs.

Zari olha ao redor, espreme o limão na boca e vira a primeira dupla de tequila, coloca mais sal e mais uma dupla. Fecha os olhos, sente o calor invadir seu corpo, aperta o limão em seus lábios, vira mais uma dupla, fecha os olhos, sacode a cabeça, coloca mais sal, espreme o limão e mais um dupla de tequila. As pessoas no bar se aproximam, admiram uma mulher saliente dessas sentada no balcão virando doses e doses de tequila sem parar. Zaroi espreme mais um limão em sua boca, mais uma dose virada com estilo, pede mais sal, grita por sal, esfrega o sal na boca, espreme mais um limão e mais uma dose de tequila. Olha o sal, o limão, espreme um em cima do outro no balcão, lambe o balcão e vira a última dose de tequila. Limpa a boca com aplausos de seus ex-clientes, comemoram, desejam a mulher mais bonita e saliente daquele pedaço. Zari levanta, agradece os aplausos, sobe na mesa e chama o dono da cafeteria.

- ele não está! - diz a graçonete
- Ah não? Que pena, ele teria que ver, mas acho que não vou esperar! - grita Zari
- Espera não, pode começar o strip tiser, gostosa!

Zari nem escuta o que o gordo fala, simplesmente olha ao redor e chama todos de traidores, tira suas duas pistolas e começa sem dó, sem tristeza, sem felicidade alguma a matar todas as pessoas que estão naquele café, todos gritam, correm, garrafas quebradas, choro, sangue, Zari pula de mesa em mesa, até a porta do café, sai correndo e antes joga 5 granadas, atravessa a estrada, entra no seu café e vê da própria janela, o café explodindo. Não sorri e nem chora. Pensa nas pistoleras.

- Elas iam ter ficado orgulhosas.

Zari caminha até o balcão, acha um rádio, o mesmo rádio do pueblo. Aperta o botão:

- Zarcas? Preciso de você! Cambio, torre 12 chamando, cambio!

sábado, 28 de mayo de 2011

No dia 28 de maio de 2011 os ventos mudam...



Quando o medo que assombra vem de fora.....é fácil.
Quando quem tenta te dar um tiro no peito está a sua frente....é fácil.
Quando os piratas estão te armando uma armadilha....é tão fácil.
Quando uma dose dupla de tequila consegue curar a ferida....é tão bom.
Agora existem sinais que não podem ser ignorados....venenos que não deixam mais o corpo nem a cabeça, feridas que não cicatrizam mais.
Nem Zentania galopa tão rápido para conseguir escapar....o perigo vem de dentro, não ha p onde fugir....
Não é com saudades e nem arrependimentos que ela diz Adeus....É com muita esperança, talvez com o único fio de esperança que a resta. Ela não pode mais, seu corpo não a deixa continuar, a estrada agora é outra, ela não pode, ela não vai, ela não quer olhar para trás.
Essa não foi uma decisão impulsiva como muitas. Sua marca registrada até então. Esse não é um coração amargo, mas um coração gritando pela vida, pelo grande desafio que está a sua frente, porque todo o resto ela tira de letra.
Ela não se despede das companheiras, afinal a tempo ela não as vê. Ela sai pela esquerda, sem grande finale, sem choramingos, isso não é do seu feitio.
E as que ficam o seu ultimo pedido é....Não deixem nem o samba nem o deserto morrer!

lunes, 23 de mayo de 2011

O muro, a estrada, as férias Parte IV

Cena 98

Zari está deitada sobre o balcão, levanta o rosto como se tivesse dormido umas três semanas. Aos poucos, se alonga e sente dores no corpo. Limpa a baba deixada no balcão e na bochecha. Olha em volta e não vê ninguém. O café está fechado. Mal sabe que horas são, procura relógios pela parede, não acha, sente um pouco tonta, desnorteada. Recorda que está morando no café, olha para o telefone, depois para o fogão, volta o olhar para o balcão e vê dois copos de tequila vazio e uma garrafa da bebida pela metade. Lembra vagamente que Zarcas tinha aparecido por lá, tinham bebido aquelas doses de tequila e depois.... e depois.....

- Que branco nessa minha memória - berra Zari
- Mas que merda é essa? Não consigo lembrar o que fizemos depois da tequila. continua Zari - Eu só posso estar louca! Isso foi um sonho. As pistoleras não existemmmmmm - berra mais uma vez, com intervalos de choros.

Zari derruba tudo do balcão, sai correndo de novo e para na frente do telefone, respira fundo, e liga outra vez para casa das pistoleras, toca, toca e ninguém atende.

- Merda - berra ela. Mas que diabos, estou ficando louca, muito louca. Isso é coisa sua? - pergunta ela ao diretor

silêncio

- Isso é coisa sua, diretor? - berra ela novamente com rosto todo vermelho de tanto gritar

- Isso é coisaaaaaaaaaaaaa suaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa, diretor de merdaaaaaaaaaa? - grita novamente agora caindo no choro profundo.

Sobe a câmera, mostra o corpo de Zari estendido no chão, chorando sem ar.

Corta

viernes, 20 de mayo de 2011

?

É só quando eu estpu presente ou o telefone do café só toca depois das 22:30?

Un'altra avventura!!!!

Wowwwww!!!!!!! Ela é atingida por algo pastoso na testa que a faz acordar.
Era aquilo mesmo!!!!! Um coco de passarinho bem grande direto na testa. Mas junto com ele uma carta. Era um daqueles passarinhos mensageiros que voam geralmente loooonnnngas distâncias e levam informações de terras distantes.
Ela se levanta rapidamente, olha para seu braço antes de abrir a carta, antes mesmo de limpar sua testa... O veneno do escorpião se espalhava rapidamente, ela podia observar a cor de sua pele se modificando.
Sem pestanejar ela alcança seu facão e faz um rasgo perto de seu ombro, onde o veneno não havia chegado.
Já sentindo o veneno deixando seu corpo começa a ler a mensagem....
Zarcas perde o ar por alguns segundos, não acredita no que lê.
Sua mente começa a galopar..... E todo o resto se apaga de sua cabeça....Só existe esse momento, e tudo faz sentido.
Desviando sua atenção da carta, Zarcas olha para um buraquinho entre as rochas e ve o rabinho do Escorpião de fora.
Mas rápido do que um Falcçao-peregrino ela o puxa p fora de seu esconderijo, arranca sua cabeça e cospe fora. Ela gargalha observando ele morrer!
Assovia para Zentania, ele chega, ela monta e volta para o café para pegar suas coisas.
Gli italiani mi aspetti sono sulla mi strada!!!!!

martes, 17 de mayo de 2011

To whom it may concern....

Por que no supiste entender a mi corazon Lo que habia en el
Por que no tuviste el valor de ver quien soy
Por que no escuchas lo que esta tan cerca de ti solo el ruido de afuera
Y yo que estoy a un lado desaparezco para ti
No voy a llorar y decir que no merezco esto porque es probable que lo merezco pero lo no quiero
Por eso me voy
Que lastima pero adios
Me despido de ti
Porque se que me espiera algo mejor
Algíen que sepa darme amor
De ese que endulza la sal y hace que salga el sol
Yo que pensé nunca me iria que es amor del bueno
De toda la vida pero
Hoy entendi que no hay sufuciente para los dos
Que las lastima pero adios
Me despido de ti e me voy.

lunes, 16 de mayo de 2011

Ela sente o cheiro do perigo, abre os olhos e o ve parado como se estivesse a observando durmir....Depois de uma longa jornada de grandes e marcantes tiroteios pelo deserto, Pueblos inesquecíveis e pessoas inesqueciveis.....ela queria esquecer... Ela o encarou profundamente, atraindo o com seu olhar......ele ia se aproximando, se aproximando....
Quando ele chegou bem perto, ela virou seu rosto em direção oposta, fechou seus olhos e respirou fundo.... Ele, sutilmente foi escalando seus cabelos loiros explorando as curvas de seu corpo.
Ela estava sozinha, escondida naquela gruta distante do café, escondida de todos menos dele, e de si mesma.. Todos estavam celebrando o aniversário de El Justicero...
Ele parou, mais uma vez a encarou, ele levantou seus ferrões e sem mais demoras os cravou em seu braço. Ela abriu seus olhos, o sol entrava por uma fresta e iluminava seu corpo.....ela sorri....fecha seus olhos novamente, ele vai embora......

The end, the beginning.



E mais uma vez ela chama Zentania e outra vez ela segue c ele em busca do próximo Pueblo desconhecido. Ela coloca seu chapeu, pega seu rifle, swallow her tears, raise her chin up... and never... never look back!!!

domingo, 1 de mayo de 2011

Quem foi baleado? Quem baleou?


A um passo de seguir o exemplo de Zari e tirar férias do deserto, Zarcas que não foi ao Pueblo de Zelotas, carregou sua pistola mais uma vez.
Desta vez ela escolheu a pistola especial para aquela situação de risco. Lustrou-a durante alguns minutos, admirando-a e relembrando os crimes realizados com ela. Não foram muitos, pelo contrário..... Para tirá-la do cofre é que realmente a situação era arriscada. E esse tiro tinha que ser perfeito.
As companheiras estavam longe, El justicero também....
Ela confia na sua mira, mas se a bala não atingir o coração o estrago será avassalador. O Fantasma de Zapi ainda ronda o deserto...
Naquela noite dois tiros foram disparados....... Dois corpos estendidos no chão.... Zarcas apenas carregara sua pistola com uma única bala....... Não havia testemunhas no local do crime.
(To be continued....)

jueves, 28 de abril de 2011

Na paralela

Zari Zari cambio?
Acho que mais uma vez nos separamos!!!
Vai na paralela.... e não volte sem descarregar tua pistola ahhh!!!
..........................zzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzz

martes, 19 de abril de 2011

O Ano B!!!


Na noite passada ela descarregou sua pistola.
O detalhe é que as duas pobre vitimas não eram qualquer uma, e ele que não era mais Zapi mas ainda era Zai, viria para se vingar.
Mesmo com essa certeza no coração ela andava de cabeça erguida sem se amedrontar, foi quando olhou para o muro do bar de Sr Juarez e saiu em disparada.
A sede por sangue era tão grande que ela subiu em seu cavalo e galopou em direção ao Norte. Sentia o cheiro de sua companheira no ar e tinha a certeza que iria encontrar o misterioso café.
Ela cansou de esperar por Zermana que vergonhosamente abriu mão daquele deserto onde nasceu e a proporcionou momentos inigualáveis.
Cruzou Zov na estrada voltando em direção Sul onde se localizava a saída do deserto e a ela só deixou poeira p comer, não tinha tempo a perder.
Foi quando de repente avistou o tão esperado local.
Abriu as portas lentamente para não assustar a amiga que a tanto tempo não via e que estava a ponto de abandonar o café.
Apesar da imensa esperança que aquilo não era um sonho Zari olhou com um ar desconfiado. Não estava certa de que quem estava ali a sua frente era realmente quem parecia ser.....
Com as mãos tremendo pegou uma garrafa de Tequila olhou nos olhos daquela mulher e perguntou a única coisa que provaria que era realmente ela.
-- Vai uma dose ai?
A mulher com aquela expressão que já quase dispensava uma resposta afirmou........
-- Só se for dupla!!!
Zari atirou a garrafa n a parede e gritou!!!
Eh vocë mesmooooooo.
Abandonando aquela expressão durona, Zari abraçou Zarcas e juntas sacaram suas Pistolas e começaram a atirar imediatamente para celebrar aquele momento.
Zarcas estava mesmo ali e a força daquelas duas uidas era tamanha que compensaria a falta das outras duas.

Acalmado seu coração, Zari notou que os pés de sua companheira estavam descalços e perguntou.
-- O que significa isso?
E Zarcas respondeu
É uma longa história......
Zarcas avista o pobre plebeu de camisa azul que cantarolava ao varrer o chão do café e pede amigavelmente pelos seus chinelos. Ela os veste, sai em direção ao banheiro para tomar uma ducha e cai em um sono profundo para recuperar as energias.
Cavalgando a 48 horas pelo deserto, ela só tinha tirado uma power nap de 15 minutos em uma famosa oca de indios conhecida como Zurucum, que encontrou no meio do caminho.
Agora tudo fazia sentido e o deserto voltava a ser o mesmo.
Os Piratas ouviram os tiros e entenderam a mensagem...Eles nunca mais estariam a salvos.......
El Justicero vai acordando do cochilo porque as férias acabaram!!!!
(To be continued.......)

domingo, 17 de abril de 2011

O muro, a estrada, as férias Parte III

Cena 77

Foco em Zari andando de um lado para o outro, intercalando cenas dela tomando café e fumando um cigarro, com diferentes homens contando para ela sobre os novos crimes: todos com a mesma marca um Z na testa de cada homem. Algumas cenas ela ligando para a casa das pistoleras e não conseguindo falar. Cenas de choro de desespero.


Off

Zari já tinha perdido as contas. Todas as contas. Não sabia mais quantos homens tinham sentado naquele balcão e contado sobre os novos crimes pela redondeza, não sabia quantas vezes tinha ligado para a casa das pistoleras e quantas vezes tentou dormir e não conseguiu. Zari estava começando a achar que estava louca. Tinha saido do deserto, porque não acreditava mais que as pistoleras existiam, que era loucura de sua mente. E agora tão distante, vários homens contavam a mesma história, mas nenhuma delas atendiam o telefone. Zari precisava de férias. E disso ela tinha certeza.

Foco novamente em Zari, ela sai correndo, sobe as escadas, entra no quarto, abre uma mala, abre o armário e joga todas as roupas em cima da cama. Pega mais algumas coisas no banheiro, fecha a mala e desce as escadas. Passa reto pelo salão, abre a porta da cafeteria e:

- Vai viajar?
- Vou visitar meu tio aqui na cidade do lado, está um pouco doente, amanhã estou de volta.

O homem barbudo, com cara de mafioso, vestido de terno azul claro, caminha até a porta, segura na mala e abraça Zari.

- tem certeza?
- tenho. você pode cuidar do café pra mim?

Ele olha no fundo de seus olhos, Zari está contando os segundos, aquele perfume lembrava ventos de romance.

- Não vou cuidar, porque você não vai cuidar do seu tio.

Zari fica muda, respira e fala:

- férias. preciso de férias. a minha mente já não é a mesma.
- são as histórias, né?
- são. afirma ela.

Ele arruma o cabelo, pega a mala da mão dela, segura em sua mão e:

- Isso daqui não é a cidade do México, e nem México. Isso é fronteira e fronteira não tem memória. Quem guarda histórias aqui, morre.

Zari fica branca. sabia uma porção de histórias. Abraça o homem, agradece e fala:

- já volto

Zari abandona a mala, e atravessa o salão até o telefone, liga novamente para as pistoleras, ninguém atende. Chora mais uma vez. Lembra então, do telefone do bar da rua principal do pueblo, liga, toca, toca, toca. Alguém atende.

- Hola!
- Señor Jamirez?
- Si, quien hablas?
- Soy yo, Zari.
- Joder! Zariiii donde estás?
- Mira Jamirez, necesito de tuya ayuda, necesitas apuntar una dirección y después tienes que dejar ai en muro del bar. Mis amigas saben deste recado.
- Si, claro, puedes hablar que apunto aqui.
- Vale. Bueno es la carretera rumo al norte que se llama Paloma Sagrada, la cafeteria se queda a la isquierda, después del bar Zurucumumin. La cafeteria se llama Zatelie!
- Perfecto nina, estás apuntado y cuando vuelves?
- Creo que una semana. Gracias senõr Jamirez. Hasta

Zari desliga o telefone, caminha até o homem barbudo de terno azul, pega a mala e sobe a escada. O homem olha para o salão e resolve subir a escada atrás de Zari.

Corta.

viernes, 15 de abril de 2011

MARCO ZERO / O muro, a estrada, as férias / parte 3 / CENTROESTE









E Justiciero lembra do começo de tudo.










LUNES 22 DE DICIEMBRE DE 2008

Welcome to Las Pistoleras

Depois que elas passaram pelo deserto vermelho, até as flores dos cactos nasceram. E para quem não entende nada de cactos, as flores só nascem uma vez por ano, e normalmente só a noite. E só existe um motivo para isso: as quatro mulheres se encontraram. Agora elas são as companheiras de crime. Unidas pela mesma paixão: o tiro! Deixam o mesmo rastro no local do crime: a letra Z! Ainda não sei se recomendo a vocês um cuidado, ou se apenas digo seja bem-vindo a este blog. Vale lembrar que nem todo ferido gosta ou procura se identificar. Mas sempre existe algo que diz que elas passaram por alí.... e naquela noite o deserto floresceu....

viernes, 8 de abril de 2011

Where where where???


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domingo, 3 de abril de 2011

O muro, a estrada, as férias. Parte II


Cena 53

Zari já está uma semana tomando conta da cafeteria. O resto das cinzas dos corpos dos dois mexicanos do sul, já tinha sido levado pelo vento. Ninguém desconfiou. Só repararam que o café estava mais arrumado, tinha mais vida, mais bolos e mais sonhos. Zari estava feliz, gostava de escutar as novas estórias que seus clientes contavam no balcão. Ficava no meio da estrada de dois pueblos. Gostava dos viajantes. Mas sabia que sem querer, às vezes falava demais. Erro cometido desde pequena, gostava de falar de seus próprios sonhos. E esquecia que no meio de tantos, sempre tinham os inimigos.

Camera de cima, a estrada, a cafeteria, os carros estacionados, nenhum na pista. Foco no estabelecimento, entra pela porta e para em Zari lavando os pratos e olhando o movimento com a cabeça meio baixa. Foco na porta, entra um viajante, caminha até o balcão, senta, apaga o cigarro no cinzeiro, solta fumaça e olha para Zari.

- Buenas - fala ele p/ Zari
- Buenas - responde
- Un café con hielo, por favor.
- Azúcar?
- Sí.

O viajante olha para trás, repara no movimento e olha de novo para Zari

- Há quanto tempo trabalha aqui?
- Sou a dona!
- Há quanto tempo? - repete ele
- Sinceramente? Pergunta Zari

Ele faz sim com a cabeça e acende mais um cigarro.

- Uma semana e meia, responde ela.
- De onde você vem?
- É policial? pergunta Zari
- não, sou curioso.
- Venho de um lugar distante, que não cabe o senhor saber. Açúcar ou adoçante?
- Adoçante!
- Mudou de ideia? Pergunta Zari
- Gosto de trocar de opinião. responde ele.

Zari puxa um banco, acende um cigarro, solta a fumaça, olha para ele:

- Afinal, o que você veio me contar?
- Tem acontecido uma coisa estranha esses dias pelo Pueblo.
- Que coisa estranha?
- Um grande número de homens mortos.
- Isso é normal!
- É normal. Porém o que não é normal, é que todos eles morreram que tiros certeiros na cabeça, e todos, sem exceção, tiveram um Z marcado no corpo.
- Um Z? Pergunta espantada Zari
- É um Z! responde ele indignado. Sabe o que quer dizer isso? pergunta
- No tengo la puta ideia - responde Zari incomodada
- Z é a marca de um grupo de mulheres, de um deserto distante, mais conhecidas como Las Pistoleras!

Zari fica branca, quase sem respirar. A mente borbulha em dois filmes. O primeiro era que suas companheiras deveriam estar por perto. Mas seria coincidencia demais, estarem tão perto e tão longe de casa, já que só ela tinha ido embora. E o segundo era que então, as pistoleras existiam mesmo, nada era de sua imaginação.

- Você já ouviu sobre as Pistoleras?
- não! responde Zari
- Bom, fique atenta, normalmente os crimes são feitos dentro de bares.
- Isso aqui não é um bar - responde ela nervosa - É um café. Existe respeito aqui. O senhor quer mais um café?
- não, preciso seguir viagem, obrigada.
- de nada.

O homem levanta, deixa o dinheiro no balcão, continua olhando para Zari, e resolve sair. Quando abre a porta para deixar a cafetaria.

- Se souber mais dessa história, por favor, venha me contar mais! - grita Zari

O senhor olha com cara de desconfiado, tira o chapeú...

- Fiquei curiosa, nunca escutei uma estória tão de gibi!

O senhor sorri e sai do café. Zari sai correndo até o telefone e liga sem pensar duas vezes para a casa das pistoleras. Toca, toca, toca e ninguém atende.

Corta

lunes, 14 de marzo de 2011

O muro, a estrada, as férias

Cena 44


Câmera do alto, desce para a rua principal do pueblo. Não existe ninguém na rua, nem cavalos, nem moscas. Existe somente um silêncio insuportável. Foco na casa vermelha recebendo o sol das 7 da manhã. O galo não canta. As folhas voam com o vento pelo chão, sobe poeira.


OFF com voz del viejo de deserto


Algum sábio dizia que era necessário olhar para o muro para saber se a história tinha acabado ou não.


E foi exatamente isso que ela fez:


Acordou, saiu de casa e foi correndo até o muro principal do pueblo. Rezando alto, esperava um graffiti bem colorido para acreditar que tudo não passava de um pesadelo. Mas sua orações foram poucas, foram mal rezadas, foram desnecessárias. No muro não tinha nada mais do que tinta fresca. Cinza. Nada mais triste do que ver algo pintado de cinza. E do cinza vieram as lágrimas de seus olhos. Veio o desespero, veio a angustia, veio o medo. A história tinha acabado. Não tinham mais personagens, não tinha mais vida e nem roteiro. Durante um outono e um verão inteiro só tinha sobrado ela no deserto, lutando sozinha com sua própria imaginação. Fazia um tempo que não exitia Kill Bill ou Matrix. Zari vivia simplesmente Clube da Luta. Todas as histórias eram frutos de sua própria imaginação. Mas o muro, caro leitor, o muro era a pura realidade. E às vezes, a realidade machuca.


Corta.


Cena 45


Zari carrega duas malas em direção a estrada. Ela sabe que precisa fazer isso sozinha, porque nem seu próprio cavalo existia. Já tinha parado de pensar o que realmente era realidade ou imaginação. Não queria nem pensar na hipótese que seu cavalo nunca existiu, muito menos que as outras pistoleras eram imaginação. Queria somente tirar férias disso tudo, e para tirar férias, precisava sair daquele lugar. Precisava partir.


Zari no meio da estrada sozinha segurando duas malas em direção ao pôr-do-sol.


Corta.


Cena 46


A noite cai, a Lua cheia aparece, um silêncio profundo interrompido pela canção das cigarras


- Meu bem - disse alto.


Estava com saudade de dizer isso. Estava com saudade de abraçar alguém, dar beijinhos na bochecha e fazer cafuné. Queria de novo, ligar para todos e avisar: estou apaixonada!


Mas não podia nem ligar para dizer que queria isso. Ligaria para quem?


Zari larga uma mala na estrada e segue apenas com uma.


Cena 47


Largada no muro da cafetaria fechada no meio da estrada, ela dorme, fingindo que sua mala era seu travesseiro. Dois homens, funcionários da cafetaria chegam perto dela.


- Dios! Mira esto, José! Otra puta para nosotros.

- Ahhh Pablo, creo que esta Puta fue atirada por unos hombres que la comieron por toda la noche.


Os dois caem na gargalhada. E na gargalhada acordam Zari.


Zari abre os olhos e vê em sua frente, dois homens fedidos, com cara de mexicanos do sul, um gordo e um magro. Os dói tem bigodes gigantes e fumam um cigarro sorrindo para ela.


Num piscar de olhos, Zari dá uma voadora no gordo, e uma rasteira no magro. Amarra os dois com os cadarços dos tênis como se fossem minhocas, rouba a chave da cafeteria e abre a loja.


- Nada mau. Já tenho um lugar para ficar.


Acende as luzes do lugar, abre as janelas e os armários. Lentamente, sorri com a nova conquista, pega um pote e sai da cafetaria. Olha para os prisionerios e fala:


- Otra puta para vosotros? Solamente se fuera tu madre, hijo de puta! Conoces las pistoleras?

- No, putana – responde o gorducho

- Pues aqui estoy y para esto necesito de tu vida.

- Nooooo por favor mujer, tengo dos hijos, soy padre de família.


Zari despeja o líquido nos dois, acende um fósforo e taca fogo.


OFF: No meio do deserto, não existe lei. A cena parecida com os playboys que tacaram fogo nos índios, não vai parar na mídia, porque no deserto não existe a mídia. Existe justiça. E nos dois casos, ninguém vai para a prisão.


Zari acende um ciagarro e observa os dois corpos queimando em sua frente, olha para cafeteria e sorri, já tem onde ficar.


Corta

domingo, 13 de marzo de 2011

MARCO ZERO - parte 2

paralelo ao mundo cortado, ficcionalizado, corre o rio silencioso:

|\|

nasce o sol
crescem as plantas
chove

el justiciero queria ser cangaceiro. queria ser samurai. queria ser nada.
queria ser ícone. e era. rei.
retirante.

ninguém,
atravessado,
tsunami no deserto

ia. levar a paz devastada da violência caatinga adentro.
ia. memória que vai ser. história: dias atrás de dias, família de filhos, rugas e terremotos.

e chorou.




(Continua - parte 3)

sábado, 5 de marzo de 2011

MARCO ZERO

(OESTE – PARTE 1).




Não se trata da morte como fim de tudo, mas da faca na carne.

Justiciero ruma novas cidades sob o sol expressionista do entreguerras. Resolveu, de salto, sair. Zari estava sentada no meio de El Pueblo à espera das estórias. E não poderia mais contar com Justiciero. Agora, ele foge de El Pueblo. Não por medo dos homens - que conhece, nem pela fome – que come, nem pelo atraso – que caminha. Mas por outro motivo: mistérios já lhe enjoam. Cansou de estórias. Quer uma só História. Uma raiz. Nosso homem amadurece cedo.

Amanhece a manhã.

Afinal o que resta de El Pueblo? Aquela quase-vila sobrevive de raízes ou de mitos? De realidade ou de sonho? – Que seja de realidade, retruca mascado.

os homens daquela ex-pasargada caminham sob os chapéus entornados na mente esquivada. Evangélicos no trem. Protestantes. Católicos. Indígenas. Mulatos. Camuflam em cor marrom seus desejos. Seus anseios. Seus futuros. Vão: gado inconsciente.

O forasteiro sem orelhas foge, em busca da origem. Da raiz. Good bye. 6 km, mais 5, a vista vê. Voa o céu azul.

RESTAURANTE DO TOCHO.

Na cidade fria, uma meia dúzia de casas formando uma mearua. Aquele velho cenário de madeira empoeirada, dois três cavalos, uns moradores, o novelo cruzando a rua. Para o leitor, um clichê. Para El, um grande nada, igual a tudo. O de sempre. O finito. O mundo. Encosta o cavalo. Na varanda, um homem de 40 anos. O cachorro late pelo/contra o farasteiro. Prende o animal. Acena com a aba que lhe cobre o semblante. Entra, tira o chapéu, e pede o almoço. Espera enquanto ouve o rádio. Balcão sujo, repara. “Homem morre defendendo própria terra. 40 cabeças de gado são roubadas em Ticanos”. Come e sai.

Lá fora, um impresso:

“México contabiliza 30 mil mortes ligadas ao narcotráfico em 4 anos. Disputas entre cartéis de drogas pelo controle das rotas para os EUA e operações do Exército de Calderón foram responsáveis pelas mortes”.

- 30 mil, repete.

30 mil era um numero novo. El Justiciero estava acostumado com 5, 7, 14, 40 talvez. 30 mil, não. Algo que lhe escapara. 30 mil o que? Pessoas? Não seria Possível. Mas, enfim, portos outros. Não lhe diz respeito. Sua sabedoria residia em saber onde pisa os pés. Barata não travessa galinheiro. Monta o sólido cavalo. Acena. Bate as esporas. E vai. Mas ouve:

- Se segue pro leste, cuidado.
- Caldeiron, pensa

Cavalga o almoço sem pressa. Não há muito em que se pensar nos meios solitários e silenciosos do deserto. Leste? 30 mil? E. Em El pueblo, não havia dessas modernidades. Drogas, EUA. Massacres. A maldade, aqui, é uma curva na moralidade tão aguda quanto pode ser a da bondade. A audácia é uma pedra tão grande quanto um homem pode carregar. Não mais. Era um caipira pré-bomba atômica. Afinal, de que precisa um homem senão apenas de comida e lugar para dormir? Lá atrás, não havia leis. Homens são cabras. Não lhe encaixa a cabeça. O novo mundo não lhe diz respeito, conclui. Não diz nada. Não significa.

Mas era novo.

Claro. Claro. Em preto e branco estourado, claro. Claro amarelado. Claro esverdeado. Claro nem tanto. Ondulante clara a luz mareia o deserto. Se a serpente diz não coma, não coma – seduziu-se. E rumou para além do Édem. Longe dos padrões. Das não-leis. Das Pistoleras? Longe de si.

LESTE – parte 2 (continua)

miércoles, 23 de febrero de 2011

Um dia sem roteiro


- O que está acontecendo aqui? pergunta Zari um pouco nervosa

silêncio

- Cadê todo mundo? continua perguntando sozinha

silêncio


- Onde colocaram meu roteiro? Não sei o que devo fazer agora!!!!

silêncio

Zari irritada, anda de um lado para outro, tentando desviar do vento. Senta no chão com pernas de indio e acende um cigarro. Olha para o relógio, balança os pés, dá mais um trago e joga o cigarro longe. Levanta, limpa a areia da roupa, arruma o cabelo, e olha para o relógio. Anda para um lado, olha para trás, acha estranho nenhum movimento, anda para outro lado.

- Alguém aiiiiii? pergunta zari com mais calma

silêncio


- Isso só pode ser coisa sua né diretor? grita zari
- Minha e do roteirista. responde calmo o diretor
- E posso saber por quê? pergunta zari
- Claro que pode, minha linda, porque você repetiu a dose!!!
- hummm
- Quem mandou repetir a dose? Agora tá ai sozinha, abandonada, procurando cenas para fazer mais vítimas. Será que não reparou, Zari? Que todo mundo está descansando, armando planos para fazer uma puta matança??? E você está ai sozinha, sem planos, sem rumo, querendo atirar em qualquer idiota, só para contrariar o roteirista e me encher o saco!??? Valeu a pena repetir a dose e contrariar de novo eu e o roteirista?

- Valeu só por um motivo!

- Qual?

- Pela experiência. responde sinceramente zari

- Zari, você sabe me dizer onde você o encontraria hoje?
- não.

- Entendeu agora porque eu e o roteirista não queríamos que você atirasse nele? Jamais colocaríamos um marujo, pirata ou mesmo sapo no roteiro que não saberíamos onde ele estaria agora.
- simmmmm, fala zari com olhos cheios de lágrimas.

- Zari, o melhor que tem a fazer, é ir para casa dormir, descansar. Daqui a pouco a festa no deserto vai chegar e você terá um plano incrível, prometo. Estamos preparando uma grande matança.
- Diretor?
- Oi Zari.

- Posso te pedir uma coisa?

- Claro, Zari
- Foca nuns piratas bem nerds e coxas da próxima vez?

- Olha Zari, vou pensar no seu caso, mas se mudarmos o foco dos piratas para você, vamos perder o ibope.

viernes, 21 de enero de 2011

Até onde você manda?

Diretor e Zari no final da cena


O vento vinha acompanhado com o cheiro de chuva. E isso só significava uma coisa para Zari: provocação.

Sentada num bar na rua transversal da rua principal do pueblo, Zari bebada, levantou da cadeira e resmungou:

-Hoje estou afim de provocar!

El Justiciero, ainda vivo, estava sentado na mesma mesa de Zari, e óbviamente, caiu na gargalhada:

-Oras bolas, Zari. E quando vc não está afim de provocar alguém?

Zari bebada, sentou na cadeira fazendo cara de santa. Ela tinha entendido o recado. Mas quem realmente não tinha entendido o aviso, era o tal do vivo o muerto, el justiciero.

Depois de segundos, El se levantou acusando que tinha um compromisso no pueblo ao lado. Se despediram com promessas de um rencuentro mais tarde. Porém, Zari sabia, o compromisso era mais que um compromisso, e sabia que apartir daquele momento, era apenas ela com as outras pistoleras e Zoug, o novo companheiro do deserto.

Arrastaram-se para a casa mais próxima para armar o plano, Zari flamenqueava com Zeborah em plena sala. Arrumaram-se, perfumaram-se para o crime.

Mas que crime, perguntaria o leitor.

Para um crime de mau gosto, daqueles que nem se o leitor apostasse, acertaria. Daqueles que Zari jamais faria. Mas com a arma apontada no peito de um pirata quase marujo, o diretor levanta e caminha até a cena, chega bem perto de Zari e pergunta:

- Zari, você tem certeza?

- Tenho.

- Zari, vamos lá, vc está um pouco bebada demais....

- Eu tenho a certeza...

- Zari?

- Ele tem contatos, diretor.

- Zari?

- Ele não tem nada a ver comigo, eu sei. Mas me deixa livre pra eu atirar em quem eu quiser? Só uma vez?

- Zari, vc sempre esteve livre para atirar em quem quiser.

- Ah é? Então vc acha que todos que enterrei na década passada eram psicos porque simplesmente eu escolhiiiiiiiiiiiiii? Vc está dizendo que sou eu a psico que escolho sempre os defuntos errados, diretor? É? É isso que vc quer dizer?

- Zari, abaixe sua arma. A vítima é aquele ali, e não eu. E na década passada, você escolheu só os psicos, porque não teria graça nessa novela mexicana. Alguém ia ter que pegar os psicos e o roteirista escolheu você. Isso é um papo entre você e ele. Eu só dirijo.

- Grande merda. Pois hoje eu escolho, diretor. E não será você, porque não tenho um mau gosto, assim, por isso, vou retornar a cena e matar no peito esse pirata marujo.

- Então mate. Só não venha chorar depois.

- Diretor, faz o seguinte? Convence o roteirista que depois de tanta merda no roteiro, eu vou pegar aquele capitão de jeito, aquele que me derrubou no chão por quase um mês. E enquanto isso, eu vou provocar esse marujo idiota. E saia da cena, agora!

O diretor abaixa a cabeça fazendo não e começa a andar para fora da cena. Olha para Zari e fala baixinho:

- Você é mto teimosa, Zari.

Cena 4 gravando

- Marujo, onde paramos mesmo?

- Nossa, que surreal, parecia que alguém tinha apertado o pause, sabe?

- Sei, isso acontece quando um idiota de um diretor invade a cena para te dar conselhos mais idiotas ainda.

- Diretor? Zari vc bebeu demais?

- Não marujo, não bebi demais. Agora olha p/ mim.

skajhubhcviojc nnbc ibhvcuhihvc hnihfdijsiojoxkod

Um tiro certeiro. Sobe e desce sangue por todos os lados. Zari continua olhando fixamente apenas para o diretor. Solta o corpo do marujo, guarda a arma no bolso e caminha para fora da cena.

jueves, 6 de enero de 2011

E lá vamos nós



Os fogos anunciavam que 2011 já tinha chegado no deserto. Zari, bêbada, segura fortemente seu espumante. Olha para o lado direito e vê Zezão olhando os fogos. Ela caminha tortamente até a pistolera e sussura em seus ouvidos:

- Zezão, se eu te contar um segredo, você não conta pra ninguém?

Zezão respira e olha nos olhos de Zari.

- Pode.
- Eu derrubei minha arma no copo de tequila.
- hahahahahahahahhahahahhaa

Zezão abraça Zari e juntas caminham até o pueblo vizinho. Pensam nas outras pistoleras espalhadas pelos desertos distantes, procuram el justiciero, cruzam com o mestre dos magos e ele anuncia:

- 2011 é o ano das pistoleras. Os pueblos que se cuidem.

As pistoleras comprimentam o mestre e partem para a estrada... com sede de sangue.