domingo, 29 de marzo de 2009

A tragédia de El Pueblo – Parte III




Àqueles que vêm se contorcendo para acompanhar este épico-espaguete, assusta a simples idéia de um tragédia com nossas vitoriosas protagonistas. Mas, leitores, se a verba para nossa superprodução fosse maior, se nossos estúdios fossem alguns desertos acima, em Hollywood, lhes garantiria: o final seria feliz. Mas como nem a riqueza nem a moral reinam por aqui, não podemos lhes garantir que um cowboy do espaço chegue ao som de alguma trilha encorajadora e salve o povo. Este cowboy não existe. A terra, aqui, é seca demais. O destino de El Pueblo e das pistoleras está entregue às mãos do caso...

Para não perderem o fio a meada, o que ocorreu foi o seguinte: O rico e esperto Dom Sebastian de além-mar aportou nas terras de El Pueblo com o objetivo de dominar o povo e torná-lo escravo. Sob a retórica de um vida moderna e alicerçado de 200 homens armados, em duas semanas, estava morando no centro de El Pueblo e já fazia politicagens com os mais ricos da região e preparava algo semelhante a um Golpe de Estado, (embora, antes dele, o Estado só fosse algo de papel, uma vez que El Pueblo era regido pela lei de Talião, “Dente por dente, olho por olho”). Dom Sebastian já havia envolvido El Pueblo em suas garras e já tinha força para dominar a região. Faltava-lhe a consolidação política de seu poder. Mas, se desse um Golpe repentinamente, sem motivos aparentes, o Golpe faria transparecer sua má-intenção de dominar o povo e poderia gerar uma revolta sangrenta de todo o povo. Melhor seria forjar uma desculpa, uma batalha com poderosos da região e, após a vitória, tomar o Governo com a retórica de que, após a batalha, manteria a paz e o progresso na região. Um golpe perfeito. Dom Sebastian precisava, portanto, de um “pretexto” para dar seu golpe. Uma desculpa. As Pistoleras traduziram-se em uma isca.

Quando nossas heroínas chegaram de volta à vila, perceberam a densidade seca do ar e bem que se preparam para um confronto. Dom Sebastian montou uma falsa cena de assalto, que as fez intervirem, e imediatamente inaugurou um tiroteio com 200 homens atacando as heroínas. A macarronada desencadeada foi praticamente encharcada de molho ácido de tomate e se tornou intragável. Afogou a massa em tinta vermelha. Neste momento, as Pistoleras estão quase afogadas em sangue de molho pré-pronto e, sem elas, a palavra “esperança” fica destituída de significado para El Pueblo.

Mas, apesar de sua impressionante capacidade para prever os movimentos alheios, Dom Sebastian peca pelo excesso de auto-confiança. Seu maior inimigo, sem saber, não estava armado do lado oposto da rua, mas dentro de si, na sua prepotência. Ao preparar uma emboscada tão traiçoeira para as Pistoleras, conseguiu reduzir suas esperanças a zero, mas, ao mesmo tempo, gerou tal raiva em seus sangues ácidos, tal indignação, que, não fosse tão orgulhoso, deveria, ele mesmo, ter voltado à cena do crime para, olhando em seus olhos raivosos e desesperados, dar o tiro de misericórdia e acabar com a cena, com o deserto, com o blog e com a história. Mas Dom Sebastian não sujaria suas mãos com tempero tão grosseiro. Achou mais “poético” deixá-las se decompondo com insetos e mosquitos que se alimentavam lentamente das feridas das Pistoleras. Em breve, coiotes viriam apenas comer a carne ainda morna que, quase sem vida, enrolava-se na areia como um rocambole à milanesa.

Onde estavam El Justiciero, Zizzo, Trio Los Panchos, Boa Samaritana e os outros? Mortos? Se esqueceram delas?

A morte contava seus lentos e dolorosos segundos para triunfar.

Continua...

A Tragédia del Pueblo Parte II



A poeira desce. No chão de areia quase vermelha de tanto sangue derramado, corpos enfileirados. Não são os coyotes mortos e muito menos las mascaradas sujas. Dessa vez estão las pistoleras ensanguentadas, feridas e quase mortas. No chão, da esquerda para a direita: Zali, Zizinha, Zezão e Zarcas. As quatro nem respiram. Permanecem ali, fáceis para qualquer inimigo acabar num segundo com a vida das lendárias pistoleras. Nem El Justiciero e nem Zizzo estavam por perto. Nem mesmo Zaya, Zentania, Faísca e Zumba estavam ali para salvá-las. Depois de um lendário e único tiroteio na rua principal, o pueblo inteiro fugiu. Todos abandonaram o velho pueblo com medo. Deixaram as casas abertas, os comércios sem donos e a cidade vazia. Não tinha ninguém para lutar por el pueblo, para honrar o passado. As pistoleras lutaram e defenderam o sangue. Por mais que pudesse ser a última batalha, a última gota de sangue, o último post. Que fosse o último...

Eram 200 forasteros americanos, nenhum a cavalo. Esqueçam Kill Bill, porque o que aconteceu naquele tiroteio foi exatamente Matrix...

jueves, 26 de marzo de 2009

Quando a vida pede truco!!!!

Quando passeava pelo deserto naquela noite nada nem o vento me avisou do que estava prestes a acontecer. Sai com duas das mais novas pistolas que adquiri no meu ultimo encontro com El Justiceiro....sabia que iria usa-las, porem, nao sabia que um simples tiro provocaria a primeira avalanche vista ate entao no deserto. Chamei esse fenomeno de Zarzov afinal so havia uma explicacao para tal acontecimento....e naquele momento o deserto tremeu.
Olhei para os lados para ver se Zari e Zezao tambem haviam sentido, mas embaladas pelo Trio Los Panchos seguiram dancando e celebrando.
Parti a procura dele, mas ele tinha sumido sem deixar rastros. Parti esperando o vento soprar mais forte como o de costume...pq para o vento eu estava pronta, mas nao foi ele que chegou...
As pistoleras tambem sao boas com as cartas.....mas um Zap no deserto eh praticamente tao impossivel quanto a avalanche....mas ele existe e quando chega agente sabe.
Com o casal maior na mao em qualquer lugar do mundo aquela jogada seria perfeita...mas nao naquele Pueblo naquele momento..... Com a vinda da avalanche o Zap foi arremessado antes do jogo acabar. Eu olhei p o infinito e vi aquela fumaca branca se aproximando se aproximando.....
Meus olhos se fecharam e a respiracao parou................
(To be continued)

A tragédia de El Pueblo - Parte I


A barbárie é o estado de coisas no qual a irracionalidade toma conta da organização social e põe frente a frente homens anônimos.

Há, porém, dois tipos de barbárie. Uma arcaica, bruta e direta, e outra mais sofisticada, revestida com o véu ideológico da democracia moderna. Na primeira, não há contradições, mas conflitos diretos e claros, à luz do dia, na rua principal, olhos nos olhos, e, cada qual, com apenas uma arma. Há miséria, mas há justiça. O povo e sua barbárie se organizam pela soma desses conflitos. Não há mistério quanto às forças políticas. Na segunda, os conflitos são velados e se estendem anos a fio, obscurecidos por formas institucionais e burocráticas. E conflitos assim estabelecidos, sem resolução, estancados na história, pela sua permanência, ganham um status maior. A esta característica moderna, dá-se o nome de contradição social.

A vila de El Pueblo está, neste estágio de sua história, com um pé no passado e outro dando o seu primeiro passo no presente. Se, há menos de 50 anos, El Pueblo vivia conflitos armados diretos por terra, mulheres, armas e vinganças, hoje, começa a desfocar esse espectro e se formar um novo paradigma, mais velado e desfocado. Uma nova casta ameaça entrar pacificamente na vida comum de forma a violentar este povo com a aparência mágica de normalidade.

Se a vida no passado era ruim, agora, sem que o saibam, será pior ainda. Mesmo com as promessas de fim da fome, distribuição de terras e emprego, anuncia-se a formação de uma nova classe social que ocupará o topo da cadeia alimentar social de El Pueblo.

Para ocupar tal trono, esta nova classe sabe que tem que alternar a melhoria de vida de El Pueblo e, ao mesmo tempo, extorqui-la da forma mais sutil e astuta possível. Trata-se de um plano sagaz. Se tal plano falhar, a nova classe pode ser barbaramente deposta, ao estilo antigo.
Pois bem, ninguém sai de seu trono macio e respeitado do outro lado do mundo para vir a essas terras roídas arriscar sua carne a troco de banana. Ou sairiam?

Esta classe, novos coiotes, não vieram explorar tecnologia de ponta, nem indústria pesada, mas agricultura e, como sempre, trabalho barato. Seu lucro, neste caso, provém da forma mais clássica, embora moderna, de enriquecimento: escravidão, vide trabalho não pago, vide extração do que Marcus chamou de mais-valia.

El Pueblo, porém, não é burro, e, ao menor sinal de desconfiança, acaba com a festa dos pretendentes a novos navegantes. E os novos coiotes que vêm armados de muito dinheiro não querem ter uma bala de espingarda descendo goela abaixo sob um sol ácido de 40 graus. Para isso, leitores, existe o pulo do gato, existe o véu, a retórica sedutora de uma vida moderna.
Dom Sebastiam é um homem de bigodes apreciador de poesia e música clássica, conhecedor de história, amante de mulheres lindas, excelente comandante e orador. Nas suas narinas, passa um ar levemente temperado e ácido, mas inebriante, que eleva sua mente a pretensões quase divinas. Sua ambição é quase do tamanho de sua astúcia, o que não impede que, com um pouco de sorte ou fraqueza alheia, esta astúcia conduza-o às suas pretenções.

Ao chegar em El Pueblo, com as piores intenções e acompanhado de 200 homens organizados, armados e fiéis, deparou-se com um povo silencioso e de pretensões tão rasas quanto as raízes do solo. Só de chegar, já sentiu-se dono do lugar e passou a comprar casas e se achegar aos um pouco mais afortunados da região. Quase que naturalmente começou a tomar aquele povo de longo passado sem derramar uma única gota de sangue, apenas com a coerção que aqueles 200 homens exerciam. Mas a história tem lá seus saltos repentinos...

Cerca de duas semanas após sua acomodação no local, por acaso, nossas heroínas, sempre provindas de alguma aventura fantástica, aportaram seus cavalos e, ao colocar os pés na areia rasa, estancaram o movimento e, lentamente, sentindo o novo ar mais pesado, aplainaram suas atenções para algo novo, embora desconhecido. Se entreolharam como quem confirma o ineditismo do clímax e, astutas, fingindo serem quaisquer anônimas, adentraram andando naturalmente no meio da quase desértica rua principal de El Pueblo observando velhos nas sacadas e crianças brincando em duplas sentadinhas nos cantos, sem perder a atenção à estreiteza que a situação parecia anunciar.

Espontâneas e astutas, elas sempre estavam preparadas para se impressionarem com algo novo sem perder a precisão objetiva de suas mentes e mãos. Mas, como vimos, este encontro não se traduziria em um conflito comum, mas em um encontro de águas anunciado há 500 anos e cuja conseqüência deslocaria o eixo histórico daquele fundo mundo seco de gente, carne e galhos. Elas, bem sabemos, não sabiam disso. Não conheciam a profundidade história do conflito que as aguardava naquele futuro imediato daqui a poucos segundos. Embora astutas, elas não haviam desenvolvido tamanha perspicácia unicamente porque nunca haviam confrontado um inimigo que sabia não se apresentar como inimigo. Um inimigo que cuja astúcia estava em saber fazer-se desfocar frente uma arma clássica, arcaica e direta. Um inimigo que, na sua modernidade, sabia desmanchar-se no ar.

Sob uma câmera alta sobre a rua principal, as 4 ou 5 caminham feito presas sob sol quente cidadela adentro rumo a um confronto entre o passado e o futuro. O inimigo soube montar um cenário de luta no qual, uma vez iniciado o tiroteio bárbaro, poderia simplesmente dissipar-se, ausentar-se da luta, para, depois, findado o dilúvio, mortos os inimigos, retornar ao campo de batalha e recolher os corpos, as carteiras e o dinheiro e sentar-se no trono, como um rei clássico, e celebrar, sozinho, dono de tudo, o triunfo da modernidade bárbara. Uma tragédia estava anunciada.

Continua...

miércoles, 25 de marzo de 2009

AMSTERBAM: a histórica terra proibida

Ao escutar o último coiote uivando na última noite de lua crescente, sabia que o dia que estava apontando prometia... Um daqueles dias em que o frio na minha barriga por sede de vingança me fazia acordar mais cedo.
“Só um gole d´água de um cacto e já basta!” – Já me sentia revigorada, depois de longos dias caçando na seca do deserto, mesmo sabendo que as energias nunca eram suficientes para suportar as duras batalhas de uma noite de lua cheia!
Porém, todos sabem: uma pistolera nunca desiste! Mesma que tenha que vender a alma ao diabo, mesmo que arrisque sua vida!
Subitamente, uma idéia louca me veio à mente: ir em busca das terras nunca antes adentradas pelas minhas companheiras de batalha. Montei em Zumbá e parti rumo à terra proibida, onde os fracos não têm vez e onde o risco é maior do que o que se pode ganhar com ele.
Cavalguei por horas sob um sol escaldante que me fazia perder a razão, porém nunca o desejo adormecido que me motivava!
Quando finalmente o sol se escondia atrás de montes de areia, avistei aquele pueblo tão temido, que de forma nunca antes vista, festejava. Festejava o fim dos dias da dor, que para eles estava por vir.
Amarrei Zumbá ainda longe de meu destino, para que seus relinchos não despertassem suspeitas. Uma calça preta cobria minhas pernas do frio noturno, longas botas me protegiam de cobras indesejadas que um dia mataram minha fome por serem a única opção, e uma capa encapuzada acobertava minha face para que meus inimigos não me reconhecessem.
Achei que a alegria e o calor de suas celebrações, na escuridão da noite, me deixariam passar desapercebida. Amargo engano, ocasionado pela cegueira de uma mulher que não via o perigo, apenas via e focava sua nova conquista, a conquista da terra histórica!
Entretanto, rapidamente fui descoberta e virei alvo de um povo enfurecido; tiros vinham de todas as direções, mas eu me esquivava loucamente!
E então, no meio de todos aqueles ataques frustrados, no meio de todo aquele fervor, avistei alguém que ali não pertencia. Certamente não era um deles; um daqueles seres fortes e irrefutáveis. Ali não era seu lugar, não era lugar para um ser pequeno, inexperiente, indefeso, distraído, inocente. Alvo fácil!!! Nele, vi minha única forma de escapar: usá-lo como escudo, afinal, podia ele não pertencer aquele histórico mundo, mas para ali se encontrar, devia ter seu valor reconhecido por aquele pueblo enraivecido.
Finalmente, quando a distância tomada de Amsterbam se bastava segura, o encontro de olhares entre meu escudo e eu foi inevitável: vi nele o reflexo do asqueroso mundo histórico sob a ótica de uma virgem menina. Aquilo em nada podia me agradar; do contrário, só despertava mais a revolta em mim por ter perdido uma batalha! E como o mundo é dos mais fortes, não resisti! Não sairia daquela por baixo! O ego falou mais alto...
Com um rápido movimento ZRÁ!!! O sangue derramado na areia refletia a lua cheia e aquele que devia ser uma espécie de amuleto pro pueblo pungente, em seu último ato em vida, despertou em mim um ato desonroso e covardio....
Ao meu lado, restou apenas Zumbá. Somente ele, companheiro, para acolher tal ato vergonhoso com um olhar carinhoso! Afinal, o que seria de uma pistolera em terras proibidas sem seu fiel amigo, seu cavalo salvador...

miércoles, 18 de marzo de 2009

E o deserto se despede de Zermana


Quando o dia amanheceu as nuvens corriam pelo céu. Zestre dos Zagos passava pela frente da casa das pistoleras cantando Adiós. Zizinha abriu a porta, correu para fora de casa e ficou atrás da pilar olhando a cena. Zestre dos Zagos fazia magia. Cantava para as nuvens correr mais rápido pelo céu. Ele invocava o sol. Nas lendas do deserto, o céu tem que estar limpo durante uma festa tão importante. E as nuvem obedeceram.

Naquela tarde o vento não apareceu e o calor tomou conta do deserto. Diante de tanta areia, as flores, não as dos cactos, mas alaranjadas e ao lado um vermelho brilhante de pimentas. Um toque para afastar qualquer tipo de azar. Zermana comemorava sua despedida do deserto com muito gosto. E acreditem estavam todos presentes: Trio Los Panchos, El Justiciero, Zizzo, Zotta, Zari, Zali, Zarcas, Zatty, Zarcus, ZeZão, Zé, Zibi, Zol, Zila, Zailarina, Zoca e assim por diante. Os pueblos se juntaram e comemoravam com muitos Zs!! E numa festa tão linda, as pistoleras embriagadas se empolgaram e saíram atirando em quase todos os convidados. Forasteros de pueblos distantes também marcaram presença. Na pista: um baile regado a muito tiroteio. Não posso contar aqui quem foram os feridos, até porque, esse é quase sempre um dos últimos pedidos dos feridos: não me identifique, por favor. E como pistoleras não mentem, não erram a pontaria (ZRÁ) e segredo é segredo, quem não foi, perdeu! Zrá!

martes, 10 de marzo de 2009

La Fiesta del Viento!


Fazia uma semana. Talvez tenha sido o tempo mais longo que o deserto suportou. Fazia uma semana em que o vento não passava pelas areias do deserto. Algo parecido só aconteceu quando eu tinha 5 anos. Lembro exatamente da cena em que minha mãe conversava com minha tia na sala de almoço. As duas tomavam chá gelado com raspas de limão num copo azulado transparente. Mamãe vestia um vestido amarelo e minha tia uma calça marrom justa, botas pretas e uma blusa branca. Os chapéus estavam apoiados nas cadeiras. A Tia Zoly se queixava. Dizia que jamais tinha visto algo assim: 6 dias sem ventar no deserto. Mamãe não dizia nada, só bebia e esperava meu pai chegar para dar alguma opinião. Naquela noite, o pueblo inteiro se juntou. Acreditaram que se existisse uma celebração, o vento voltaria. E ele realmente voltou.

Na sétima noite, reunimos o pueblo para uma nova era. Precisava voltar a ventar! A festa foi regada a Zrás! Tinham até balões de gás. Algo que remetia a infância. Talvez só trazendo a infância de volta, poderíamos nos despedir do ciclo que terminava. Era a hora de novos ares, novos ventos e novos pueblos. O cemitério estava cheio. Os Zs já estavam por quase todas as partes. E assim que a natureza percebeu que já tínhamos lavado nossas almas, o vento voltou calmamente, quase como uma brisa. E acreditem!! Mais uma vez, a lenda do deserto: a chuva de purpurina passou, mas só pelos olhos de alguns…


No céu, o dia amanhecia, o vento trazia o cheiro de flores e os tiros espalhavam uma nova história!

sábado, 7 de marzo de 2009

Quando o deserto te engole... (vai e volta, viu, vindinha)

Um dia eu acordei e ao olhar a alvorada que todas as manhas batia sobre os cactos ao redor da minha tenda, velha de guerra tenda, não senti a areia entre meus dedos, não vi os cactos, reluzindo, sorrindo, dourados, não senti o perfume da bruma do deserto, que traz consigo o cheiro de sangue de batalhas há muito vividas e deixadas para trás. E só o cheiro, porque essas batalhas não mais faziam parte da minha vida."Uma vez pistolera, sempre pistolera!" - dizem elas. Mas ex-pistolera eu era! Tinha a segurança de acordar todas as manhas e não ter marcas de sangue em minhas roupas; saber que ali eu nao arriscava ferir ninguém, nem ser ferida! So que um dia eu acordei e a areia não senti entre meus dedos... Olhando pela porta, era como se o deserto se alongasse mais do que nunca! Não mais via as montanhas dos vilarejos dos pueblos vizinhos, não mais via os cactos, não mais via minha tenda! Era só eu! O calor dos dias do deserto já não me confortava mais! O frio das noites do deserto já não me fazia espairecer mais! Era como um perfeito estranho, o qual eu nunca havia conhecido... E então, quando a falta de um norte deixava o delírio tomar conta de minha mente, eu as avistei! Preparadas como sempre: montadas em seus cavalos, com suas armas empunhadas, seus cabelos esvoaçantes, o suor tomando conta de seus corpos e as novas marcas de tiroteios, os quais somente ouvi dizer. Sabia que nem tudo estava perdido e que agora, aquela antiga frase fazia muito mais sentido: uma vez pistolera... De imediato, um vento bateu, o cheiro de sangue, agora fresco, a areia voando entre meus dedos; estava em minha tenda novamente! Mas não era a mesma tenda, não era o mesmo deserto, não eram os mesmos cactos, e o melhor de tudo e que não eram os mesmos inimigos!!!Novas aventuras estavam por vir! As batalhas passadas tinham que ser esquecidas! Novos tiroteios, novas vitimas, novas celebracoes! Assobiei e Zumba veio galopando ao meu encontro."Balas na agulha, minhas queridas pistoleras, que Zali is back on the game!"

jueves, 5 de marzo de 2009

Acelera Zezão!!!!

A porta abre bruscamente com a força do vento. Zizinha caminha até a porta, e olha novamente para o horizonte. E no horizonte, mais uma vez, não existe nada mais que o horizonte, nem sequer uma sombra. E era somente uma sombra que ela gostaria de encontrar naquela manhã. Zizia passa pela sala segurando as malas. Estava na hora delas partirem. Mas ainda nao podiam. Tinham pouco tempo para resgatá-la. Se elas fossem exatamente naquela hora, uma das pistolera ficaria para trás.

As duas se olham e resolvem lutar contra o tempo. Elas partem com seus cavalos, mas partem para a direção oposta. Elas iam atras de Zezão. Procuram pelo centro do pueblo e ninguem sabia de Zezão. Na verdade, ninguém jamais a viu. Só restou um lugar: La Casa de Zotô. Depois de 20 minutos, as pistoleras chegam na casa de Zotô - um dos maiores forasteros do deserto. Entram na casa e se deparam com 30 mulheres flechadas e grudadas na parede. Entre elas, Zezão esparramada na parede central da casa. As pistoleras retiraram a flecha e colocaram a pistolera em cima de Ventania.

Zezão apenas abre os olhos, respira fundo e:

- Gracias chicas!

As pistoleras se olham e abrem um sorriso. Missão comprida. A pistolera que admirava as cores amarela e preta estava de volta. E agora, elas três sabiam do próximo destino: el pueblo nueva era!

WELCOME

QUE VENGAN LAS NUEVAS E SE QUEDEM LAS VIEJAS!
PARA MIS ZERMANAS PISTOLERAS...SALUD!

Por el camino del desierto
El viento me despeina
Sube el aroma de colita
Luna, luna de nadie
Ella a lo lejos
Una luz centela
La idea de mi estar
Quedar por la noche
Alli estaba a la entrada
Y las campanas a sonar
Y me di con llamarme mismo
Que es puerta del cielo
Ella enciende una vela
En muestra del camino
Suenan voces en el corredor
Y lo que indican diciendo
"Welcome to the Hotel California
Such a lovely place
Such a lovely place"
Ella al lado que brillaba
Tenia una Mercedes
Rodeada de chicos guapos
Ella llamaba amigos
Cuando viene despacio
Del tumba de verano
Aquel era pa'recordar
Y otro pa' olvidar
Le pedi al capitan
Que sirve el vino
Y pedi con un amor
Tenido este alcohol
De este sesenta y nueve
Famosa y que llamando
Pues me va a despertar
La noche para decir
El espejo en el techo
Champana en el hielo
Y ella dijo somos todos prisioneros
De propia voluntad
Y en los cuartos principales
Hacen sus siestas
Hasta aca a la bestia
Pero no la logra a matar
Mi ultimo recuerdo
Corria hacia la puerta
Ver una candela en el camino
Por donde habia llegado
"Relax" dijo el portero
Por mi es honor recibir
Puede salir cuando quiere
Pero nunca yo partir

miércoles, 4 de marzo de 2009

A lenda da pistola dourada

No meio de tanta gente naquela noite, eu só tinha um pensamento: a chuva de purpurina! A mais nova lenda estava no presente! Confesso que nessa noite, nenhuma pistolera pensou em cometer um crime, afinal, só tínhamos que comemorar. Zov estava lá nos ensinando como agir em quase todas as ocasiões. E ai, você entende o porque somos tão parecidas com as nossas madrinhas. Somos quase clones. Dizem los señores más viejos que fora do deserto essa lenda de clone das madrinhas é ainda maior. Diante de tanta comemoração, eu deixei minha arma em cima da mesa e obviamente que ela sumiu bem na hora que eu precisava dela. No momento de apuros, Zarcas e Zezão estavam ocupadas demais para me ajudarem. Restou apenas pedir para a pistolera mais rápida do deserto: Zov. Pedi delicadamente a pistola dourada de Zov e ela só me emprestaria se eu atirasse exatamente dali, do lado dela. Reclamei um poquinho, disse que estava muito longe e ... outra lenda! A bala sai em camera lenta da pistola dourada de Zov, traça um caminho diferente e atravessa exatamente o meio do peito do forastero. A luz se apaga, o silêncio é invadido por trocas de tiros e Trio los Panchos não aparece. Na manhã seguinte, entre a areia, as flores e as purpurinas.