viernes, 17 de julio de 2009

La muerte de El Justiciero? (Parte 1)

na noite desta quarta-feira, às vespas ásperas esperas e pêras desta ávida mole melada trágica noite azul, fui profética e pateticamente informado sobre a minha irremediável e desejada por muitos morte. frente à carta – se é que tinha status para ser chamada de “carta” – conservei meu silêncio. num dia qualquer, vi-me defronte a um futuro vazio.

- por quê, pergunta o protagonista do filmeco americano, esse tipo de anúncio que muda completamente a ordem natural das coisas, que fode tudo numa só tacada, acontece sempre em uma situação corriqueira, como durante as compras no supermercado, tomando café da manhã, ou abrindo o email, ou preparando um bauru? engoli seca a dramaticidade bíblica à anuncio do anjo gabriel à virgem maria através um mísero recadinho de guarda-napo no bar princesa de la margueritta. os roteiristas modernos adoram essas tragédias meio despretensiosas que, atormentando os arrastados cidadãos cotidianos, entretêm o flácido público nas poltroninhas aveludadas.

el justicero, homem que fala de si na terceira pessoa, histórico invejável, conquistas incalculáveis, profundidade oceânica eticeteras vezes mil, viu-se, pela primeira e, provavelmente, última vez nas mãos de um(a) roteirista medíocre que resolvera, assim como quem escolhe o número do lanche num fast-food, decidir qual seria a data e hora para matá-lo. é impressionante como o ser-humano pode trocar 80 anos de dignidade por uma trepadinha com a garçonete antes de chegar a comida. as coisas giram giram e sempre caem com a manteiga pra baixo...

como de praxe, o agora entricheirado homem tetra-trincado terrácida vermelha afundo entornou mais algumas tequilas e postou-se idêntico. desceu garganta abaixo o destino mórbido a que sua biografia estava destinada. o homem, meus filhos, é maior que deus. e a mass media, maior que os sonhos humanos. inverte-se a ordem. modern times. el justiciero, que nunca teve que tratar com essa gente moderninha, de repente, era uma dançarina de bikini num programa de auditório. o mataram em troca de audiência. e pouca audiência... recostou e passou a conduzir-se num raciocínio retórico eletrônico retorcido acerca das prováveis probabilidades para aquele quebra-cabeça sem encaixe. e, logo, tão logo logou as peças, viu: andava meio sumido... pronto. estava sendo assassinado porque estava meio por fora, meio de lado, meio esquecido, meio sem público, meio a-político.

nessas horas, um homem só tem um rumo imediato. afundou-se encharcado nos entornos solitários do pequeno vaso de doses contadas da maldita e foi-se indo longe e vago rumo à resolução de si mesmo sem muito saber porquê, mas como quem crê que detém os motivos de seu próprio fracasso, arquiteto de sua própria forca. ele era homem que assume sempre, de peito exposto, até o que não fez. e foi o que fez. assumiu, antes de todos, sua morte.

ajeitou-se num sofá encardido nos fundos do bar, sob aquele ar acumulado naquele caixote de madeira velha e podre para por o bolor do cérebro em coma enquanto assistia àquela tv de 14 polegadas policolor. acompanhou um filme americano, que, como um bom filme americano, sempre acaba com um negro perseguindo ou sendo perseguido por um branco, um deles, policial, e, após 2h de investigação sobre as origens da droga ou do dinheiro, saem explosivos nova iorque afora. el justiciero, se fosse americano, seria negro, e, mais que isso, seria como o cara na tela: denzel washington. mas tudo isso é passado. agora, el justiciero era mais um barrigudo no fundo do boteco...

acordou com camisa presa embaixo do braço, aquela sede dos infernos, acendeu um cigarro de palha, nem fechou a camisa, falou um “oi” meio rosnado, encapou o chapéu, empurrou a portinha, encarou o sol, saiu pela rua, foi observando as pessoas, quase não pensou que eram seus últimos minutos, e se foi. a dois quilômetros dali, no meio do deserto, distante de nada, parou em pé:

- vamos logo com isso, RO-TEI-RISTA! – ecoou...

7 comentarios:

zzzzzzz dijo...

oh pistoleiro!

Zarcas dijo...

Love it! Poucas palavras serao escritas porque esta Pistolera aqui levou um tiro de raspao....repito raspao. O que acontece qdo um ex Pistolero se torna vitima que se transforma em refem e que se transforma em Pistolero companheiro de guerra???? Situacoes tao inexplicaveis e inacreditaveis, a diferenca esta agora na reacao...

Zeca dijo...

Ela partiu partiu....

El Justiciero dijo...

Estoy aguardando há 10 dias em pé...
Repito:
- vamos logo com isso, RO-TEI-RISTA!

Zarcas dijo...

KKKKKKKK TUA CARA!!! I heard someone is looking for a roomate??? Checked?

Marcos Valério dijo...

chec ked
some body


?

O vento dijo...

E ficará mais 10 dias de pé! Ha-ha-ha-ha ecoou