martes, 16 de octubre de 2012

Nem o vento



Ninguém voltou. O deserto seguia sem roteiro. Depois de incêndios, de mortes, de drinks, de partidas de sinucas,  de areias voando alto, de chuvas, de ventos, de amores platônicos, de amores perdidos, de choros, de risadas, de músicas, de danças, de ketchups espalhados, de olhares, de corpos estendidos no chão, o deserto encontrava-se em silêncio. E o que mais incomodava é que o silêncio era eterno.

Depois de tantos personagens estampados na primeira página do jornal do pueblo, agora era o mais do mesmo. Zezão, depois de ser retirada da parede, nunca mais deu notícias. Zali procurou um novo pueblo mais animado e com certeza deve ter encontrado. Zarcas, o fenômeno do deserto, desapareceu pela paralela e há indícios que mora hoje num pueblo chamado Zurle Zarx. Zari, depois de ter conseguido morar no café, depois de ter incendiado o café vizinho, voltou para o Pueblo e nunca mais foi vista. A última aparição foi quando choveu forte, dançou com as mãos para o alto até cair no chão. Zoroastra foi vista pela última vez en el dia de los muertos. El Justiciero, o conselheiro do deserto, um dos caras mais espertos e habilidosos que já passou por um gibi, tomou chá de sumiço. As minas ( piram) disseram que ele estava com uma tal de venganza.

O pior disso tudo, não foi que eles tiraram férias, é que o incompetente do roteirista não criou mais  personagem. Ficou ai ao Deus dará, tirou férias, visitou o pueblo vizinho e nunca mais voltou. Ninguém voltou. Os dias continuaram, e só ficaram os figurantes que nem nomes têm.


2 comentarios:

Zali dijo...

foi bom enquanto durou...
quem sabe não ressurgi...?!?!

silvioafonso dijo...

.




Voltei para seguir seu blog,
dizer que gosto do seu jeito
de postar e pra dizer que a-
manhã, colocarei na minha pá-
gina alguns momentos meus de
introspecção.

Beijos e até lá.

silviofonso







.