viernes, 8 de julio de 2011

O muro, a estrada, as férias Parte VII, a final

Camera do alto, centraliza na estrada ao pôr do sol, Zari caminhando de costas segurando duas malas.

OFF

Nem ela mais aguentava toda essa história longe do seu próprio pueblo. Já tinha deixado de acreditar que as pistoleras não existiam. Elas só podiam existir. Senão, qual seria a explicação para aquela noite de dose dupla? Ou mesmo suas próprias atitudes para conquistar o café e para detonar o café da frente? Não tinha mais jeito, se antes a ideia era fugir para pensar, agora a ideia era voltar para acreditar. Zari estava cansada, a noite estava chegando, o pueblo estava a menos de 1 hora, mas resolveu, assim como uma boa pistolera, a permanecer para ter histórias para contar.

Entrou no bar mais próximo da estrada, deixou as malas no chão e sentou na primeira cadeira vazia que encontrou. Bateu a mão no balcão e pediu três doses de tequila. Bebeu, eles aplaudiram. Ela se irritou, achou tudo igual, sempre a mesma coisa. Obviamente que atirou em quem não devia, falou com quem não era preciso. As histórias se repetem. Abriu a porta, o passado entrou sem ao menos perguntar, encontrou todos os mortos vivos, lembrou do deserto, das pistoleras, lembrou de tudo que não queria, de tudo que uma férias apagariam fácil de sua mente. Lembrou e não quis lembrar. Saiu do bar, gritou pelo futuro.

E o futuro chega com uma rosa na mão, podiam chamar de don juan, mas esse nome não lembra futuro, poderia ser sebastian, don diego, don pedro. José. Não importa. Importa que no futuro ficou paralizada, abriu o coração e foi flechada pelo cupido. Nada de tiros. Foi flechada mesmo. E agora no futuro só suspira.

Saiu da estrada, saiu das férias. Voltou para o pueblo com a rosa na mão. Mas isso, eu conto depois.