miércoles, 25 de marzo de 2009

AMSTERBAM: a histórica terra proibida

Ao escutar o último coiote uivando na última noite de lua crescente, sabia que o dia que estava apontando prometia... Um daqueles dias em que o frio na minha barriga por sede de vingança me fazia acordar mais cedo.
“Só um gole d´água de um cacto e já basta!” – Já me sentia revigorada, depois de longos dias caçando na seca do deserto, mesmo sabendo que as energias nunca eram suficientes para suportar as duras batalhas de uma noite de lua cheia!
Porém, todos sabem: uma pistolera nunca desiste! Mesma que tenha que vender a alma ao diabo, mesmo que arrisque sua vida!
Subitamente, uma idéia louca me veio à mente: ir em busca das terras nunca antes adentradas pelas minhas companheiras de batalha. Montei em Zumbá e parti rumo à terra proibida, onde os fracos não têm vez e onde o risco é maior do que o que se pode ganhar com ele.
Cavalguei por horas sob um sol escaldante que me fazia perder a razão, porém nunca o desejo adormecido que me motivava!
Quando finalmente o sol se escondia atrás de montes de areia, avistei aquele pueblo tão temido, que de forma nunca antes vista, festejava. Festejava o fim dos dias da dor, que para eles estava por vir.
Amarrei Zumbá ainda longe de meu destino, para que seus relinchos não despertassem suspeitas. Uma calça preta cobria minhas pernas do frio noturno, longas botas me protegiam de cobras indesejadas que um dia mataram minha fome por serem a única opção, e uma capa encapuzada acobertava minha face para que meus inimigos não me reconhecessem.
Achei que a alegria e o calor de suas celebrações, na escuridão da noite, me deixariam passar desapercebida. Amargo engano, ocasionado pela cegueira de uma mulher que não via o perigo, apenas via e focava sua nova conquista, a conquista da terra histórica!
Entretanto, rapidamente fui descoberta e virei alvo de um povo enfurecido; tiros vinham de todas as direções, mas eu me esquivava loucamente!
E então, no meio de todos aqueles ataques frustrados, no meio de todo aquele fervor, avistei alguém que ali não pertencia. Certamente não era um deles; um daqueles seres fortes e irrefutáveis. Ali não era seu lugar, não era lugar para um ser pequeno, inexperiente, indefeso, distraído, inocente. Alvo fácil!!! Nele, vi minha única forma de escapar: usá-lo como escudo, afinal, podia ele não pertencer aquele histórico mundo, mas para ali se encontrar, devia ter seu valor reconhecido por aquele pueblo enraivecido.
Finalmente, quando a distância tomada de Amsterbam se bastava segura, o encontro de olhares entre meu escudo e eu foi inevitável: vi nele o reflexo do asqueroso mundo histórico sob a ótica de uma virgem menina. Aquilo em nada podia me agradar; do contrário, só despertava mais a revolta em mim por ter perdido uma batalha! E como o mundo é dos mais fortes, não resisti! Não sairia daquela por baixo! O ego falou mais alto...
Com um rápido movimento ZRÁ!!! O sangue derramado na areia refletia a lua cheia e aquele que devia ser uma espécie de amuleto pro pueblo pungente, em seu último ato em vida, despertou em mim um ato desonroso e covardio....
Ao meu lado, restou apenas Zumbá. Somente ele, companheiro, para acolher tal ato vergonhoso com um olhar carinhoso! Afinal, o que seria de uma pistolera em terras proibidas sem seu fiel amigo, seu cavalo salvador...

4 comentarios:

Mari dijo...

Zaliiiiiiiiiii, tirei o chapéu para seu texto querida. Está assim: sensacional!!!!!
Incrível!!!!
beijos

Anónimo dijo...

Aventura fantástica em profundidade vertiginosa!
Loco!!!

Anónimo dijo...

Cabe aqui um comnentário muito utilizado pot mim em textos de minha zermana Zari: CA-RA-LHO!!!! Ficou foda!!!! Só falta a foto pela optica de nossa querido EL JUSTICIERO....
ps.: OBRIGADA PELOS ELOGIOS MEU CARO! TE AMO! SUA EMOÇÃO NA DESPEDIDA FOI ALGO INEXPLICÁVEL....

e dijo...

Zali Zali Zali nunca podemos falar que nao aprendemos coisas novas e com pistoleras mais novas a cada dia. Ja desbravei a historica terra proibida a tempos atras mas nao conseguiria descrever de maneira tao sensacional.....