5 de fevereiro, dia de visitar o caixão número 597. Era assim todos os anos. Ela se levantava às 7 da manhã, subia no seu cavalo e ia até a floricultura da rua principal do pueblo. Comprava as mesmas flores: cravos vermelhos. Colocava uma flor no cabelo e o ramo em suas botas. De lá, partia então para o cemitério. Chegava às 9h em ponto, cumprimentava os funcionários, e andava a pé quase 5 km para chegar no ponto final: caixão 597. Andava em círculos sempre dizendo a mesma coisa: Hijo de puta. Por que estoy aqui todos los años? Ajoelhava-se cantando um bolero e chorando deixava as flores no túmulo. Permanecia ali cerca de uma hora, calada, pensativa. Levantava-se berrando que jamais voltaria, que esse era o último ano e que da próxima vez, não teria próxima vez. Voltava a pé os 5 km chorando, despedia-se dos funcionários, abraçava alguma vítima aos prantos e subia no cavalo. Partia sempre olhando para o horizonte jurando que seria a última vez.
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2 comentarios:
Uhhhhhhhhhhhhh quem esta nesse caixao 597!!!!!!!
Zraaaaaaaaaaaaaaa
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