viernes, 9 de enero de 2009

Como si fuera esta la noche la última vez


Essa noite seria marcada para o resto de minha vida. Eu sabia disso na hora em que vi a lua iluminando a estrada. E também sabia que mesmo não achando tão certo, existem momentos em nossas vidas em que precisamos voltar ao passado, mesmo que esse passado fosse há quase 10 anos. Sem avisar as companheiras, subi no cavalo com o crime na mente. Se eu era aprendiz ou não, esse crime era só meu e não podia ter mais ninguém. Eu e ele. Ele e eu. Atravessei o deserto enquanto a Lua me ajudava até o local combinado. Uma casa no meio do nada, mais ou menos há 20 km do pueblo Santiago. Como boa aprendiz verifiquei o terreno antes de entrar na casa, parecia que não existia nenhuma armadilha para mim. Quando entrei pela janela, ele quis dar um de Consuelo Velazques e começou a cantar: Quiero tenerte muy cerca, mirarme en tus ojos, verte junto a mí. Piensa que tal vez mañana yo ya estaré lejos, muy lejos de aquí... Bésame, bésame mucho como si fuera esta la noche la última vez.

A armadilha estava ali diante de meus olhos e eu sem preparo algum, fui dançando com um sorriso fiel até ele. Eu precisava fingir, por mais que a vontade fosse outra. E no bolero cai com ele, esqueci da armadilha e quase entreguei minhas armas. Mas quando ele sussurrou nos meus ouvidos baixinho: Reloj no marques las horas, porque voy a enloquecer, ella se irá para siempre cuando amanezca otra vez, lembrei do que eu já estava esquecendo, tirei delicadamente a pistola de minhas botas e olhei dentro dos olhos dele.... o tiro foi certeiro... na testa. Não é sempre que vale muito a pena acertar o coração. E como ele mesmo cantou, quando amanheceu eu fui embora mais uma vez.

4 comentarios:

Anónimo dijo...

Se você voltou ao ano de 1999, o tiro foi realmente certeiro. To gostando de ver!!! Quem diriaaa?

Anónimo dijo...

Uhhhhhhhhhhh agora eu fiquei curiosa kkkkkk!!!!!!!!

Kel dijo...

Adorei, Zizinha! Arrasou no texto e no crime.
E eu que ando vivendo este estribilho...
Beijos!

Anónimo dijo...

caralho!!!!!! Ouvi o estrondo do tiro daqui! Zermana