martes, 30 de junio de 2009

o significado de liberdade




todo homem que governa, o faz consciente de seu poder. um homem que detém poder, sabe até onde sua influencia pode alterar a realidade, mover outros homens, alterar resultados. um povo, geralmente pela baixa agudeza de sua imaginação, aceita o modo de governo porque não vê outro modo ao seu alcance. às vezes, no entanto, QUER outro modo de vida, mas, mesmo o visualizando a um palmo de si, não consegue alcança-lo. vê, mas não enxerga os meios pelos quais pode detê-lo. então, o que faz? contenta-se. por quê? porque não quer viver uma frustação.

o que vale mais: reconhecer seus limites e privar-se de uma frustação, que pode lhe custar a alegria fácil, ou arriscar conhecer os limites da própria força e conviver com a frustação de saber que há certas coisas na vida que simplesmente não foram feitas para si?

o mais abusrdo desta abstração teorico-politica-revolucionária é constatar a olhos nus que geralmente quem governa não é o segundo tipo - o herói, o corajoso - mas o primeiro - o covarde, cético, mediocre. muitas vezes a diferença entre a mediocridade de um governante e de seu povo resume-se às formalidades que o primeiro executa e, às quais o segundo, dobra a espinha e presta condolências.

grandes mestres da governança não são necessariamente grandes estrategistas militares ou políticos, mas, frequentemente, homens que sabem executar as condolências com um sorriso no rosto e com a cara lavada de quem não fez nada para estar lá - (um bom ministro da economia ajuda). São homens que sabem fazer a pose de "escolhidos".

um outro tipo, que exibe a mesma expressão de satisfação e tranquilidade perante a governança de seu povo, mas com maior tranquilidade ainda, é aquele que, no passado, estava do outro lado - do lado do povo - e auto-legitima-se como representante da maioria.

toda essa complexidade semiótica e política foi lavada ralo abaixo com um simples mecanismo óbvio, pragmático e matemático, inventado pelos gregos, reinttroduzido violentamente pelos franceses mas otimizado pelos fundadores do pragmatismo: os estados unidos da américa. essa palavra que define esse deslocamento das paixões políticas ganhou o nome de governo do povo - democracia.

a palavra, no entanto, que é digerida pelo mundo com a mesma facilidade com que se respira, acarreta, ao mesmo tempo, um mecanismo simples e aparentemente mais-perfeito-impossível - eleições diretas - e um pulo do gato problemático para a história.

em el pueblo, não existia nenhuma dessas modernidades matemáticas e tal palavra não seria tão facilmente digerida pelo seu magros habitantes. o povo, como já foi explicitado nos infinitos capítulos desta tragédia sem dono, resolve-se por si - sem governantes. alguns são injustiçados e outros andam em belos cavalos dizendo e desdizendo que atiram por aí à vontade... mas, em nenhum momento, a história é travada por um só cenro de poder. em nenhum momento, um só homem rouba toda a atenção com suas execuções de formalidades. o deserto está permanentemente aberto e livre. eis o charme deste fundo mundo moído.

liberdade, aqui, tem OUTRO significado.

certa vez, um forasteiro cá de nossas terras - sujeito áspero e intragável, mas de mesma linguagem - fora inebriado por um homem moderno, carregado de dados, para a ilha fora deste mundo sem fim - pueblo. acreditou que, lá, na democracia, onde o trabalho é livre e bem pago, onde a informação corre solta, onde os carros correm mais que os cavalos, onde a luuz chega com um botão, tornaria-se mais astuto e, principalmente, que conseguiria melhores armas. e se foi, ele e o homem que se chamava de "el periodista".

o mundo da razão era, parafrasendo o poeta, o avesso do avesso do avesso. e narciso, sujeito áspero e intragável, acha feio o que não é espelho... não gostou de nada, mas prepotente de si, afastando seu instinto por um novo, que achava que lhe renderia mais vitórias, engoliu seco aquela cloaca-cola e focou-se na busca pela sua nova e moderna arma.

acostumado a carregar a pistola a cada novo tiro, deparou-se com um automática - 350 tiros por minuto. aquilo podia exterminar uma vila em menos de um minuto!, pensou. parou assustado. não entendeu. para que alguém iria querer exterminar um povo inteiro em um minuto?! lhe pareceu um salta maior que as pernas. enraiveceu-se. mas segurou a raiva e levou a pistola. deixou todas as suas riquezas com os vendedores, que se chamavam "coxas".

saiu esquisitão, meio maio às avessas, desconfiado das coisas que piscavam feito bundas dançantes. o periodista, turista em sua própria terra, homem sem raízes, sem alma, sem drama, homem de dados e valores, puxou papo. - legal, né? estranho, estranho... estavam armando para ele, pensou. seguiu quieto.

quando adentrou no currau de trabalho do periodista, viu luzes nas paredes, pessoas sentadas em quadrados virando o rosto com cara de leve espanto e total desaprovação. não gostou. mas as mesmas caras que lhe olharam com desaprovação, na hora de cumprimentarem, abriram um sorriso. sismou. isso é armação... é armação.

tirou a automática do bolso, e como um cachorro que mija para marcar território, demarcou seu espaço. não fez por prazer. não fez por fazer. fez por instinto. desceu as escadas, pegou seu cavalo, jogou fora a automática e foi-se.

pq? ninguém nunca entendeu. até hoje, qualquer boato de seu paredeiro, é notícia bombástica de jornal.

lunes, 29 de junio de 2009

Eu vi e ouvi!!

E agora conto para vocês:
O casamento del El Justiciero e Zezão

jueves, 11 de junio de 2009

Sim, a gente voltou. Quero ver alguém nos parar...

Depois de tanta poeira, ventou. E choveu. Já consegue imaginar? Encontrei Zarcas no Pueblo Santo Augusto. Na esquerda, depois da direita, uma porta quase verde: um zub! Daqueles velhos e bom zub. Nada de pistoleros, nada de cavaleiros, nada de forasteros, apenas zringos, zringos e zringos. Fazia tanto tempo que não saia para um crime acompanhada de minha madrinha, que quase me perdi. Desnorteada com a grande opção de alvos, entrei no Zudio carregando todas as minhas armas. Quem foi que chamou essa quantidade de pistoleros???? Zráaaaaaaaaa! Ao lado do bar, fingindo apenas que prestava mais atenção na cantora de cabaret, el doctor. Joder, tio! El doctor! Asi... se fue. Escapou de minhas mãos, de minha mira, perdi novamente. Madrinha me olha com um ar de reprovação e segundos depois:
- Você demora demais, Zari.
Tudo bem. Passou. Voltamos a procurar mais alvos, mais crimes, mais sangue e ...... escudos. Sim, eram necessários alguns escudos para nos proteger de tantos tiros pelo ar. Um tiroteio a bajo de una luna llena.
A noite cortada ao meio. Hora de voltar para casa, mas onde estava Faísca?
Onde estão as imagens desse blog?

Aviso aos navegantes.....

Isso foi so uma cosquinha...... Zarcas is back on the game more than ever... Waiting for all of you!!!

miércoles, 10 de junio de 2009

Aviso aos navegantes desse mundo... Parte II e talvez, a última. Se o vento deixar, claro.

Prezados,
Gostaria de comunicar que me falta um pouco de inspiração, por isso, não esperem, por favor. É! Acho melhor mesmo, avisar logo no começo. Assim, o leitor não ficará frustrado quando chegar ao final do texto. Melhor mesmo, é o leitor indo assim, lendo, sem achar nada interessante. Apesar das notícias serem impactantes. Lembre-se: A informação vem até você; conhecimento você vai atrás. Estava escrito num jornal. Aqueles antigos, que ainda circula por aqui. Bem longe de onde vocês estão. Então é o seguinte: Justiciero, por onde andas? Posso saber? Já faz falta por aqui. E isso meu caro, já faz um bucado de tempo. Papo reto. Sem nada muito portunhol, sem muito sangue e sem muito crime. Faz falta! Assim, como Zizzo. Que foi pistolar em outro deserto e nunca mais deu o ar da graça, nem mesmo escreveu uma carta. Esqueceu de compartilhar seus tiroteios e avisar de terras novas. Zovo, mudou-se de pueblo. É o que dizem. Jamais voltou a virar tequilas pelas ruas e tão pouco tocou seu bongo com o Trio Los Panchos. Zelguis partiu para uma nova musicalidade, algo parecido com o samba, aquele som que vem do Brasil. Zotta com Zé de Pano ninguém mais viu. Ultimamente, aparecem para disputar uma partida de sinuca Ziwinky, Zocci e Zitão. Zezão ainda toma conta dos cavalos, Zarcas continua reinando, Zali decindo em qual alvo atirar, Zari bolando planos, mas nas nuvens. A mais nova - ainda pequena para atuar - apenas acompanha e observa. Incrível, anota tudo. Zermana está longe, mas sempre manda cartas contando as novidades. O deserto mesmo parecendo morto -até sem moscas - e quase sem cactos, cresce. Outro dia, surgiu bem lentamente em seu cavalo Ziltão, o pistolero antigo de nosso pueblo, Zraide. Permaneceu poucos dias, mas prometeu voltar, de vez. Recebi alguns telegramas, no qual avisa, que outro voltarão de mares distantes. E nesse vai e vão, o silêncio. Não chove, não venta, o que é pior, e estranho num determinado ponto de vista. Se não chove e não venta, onde estão as moscas? Nem elas. Isso daqui, caros, precisa de um sal. Um tempero, que lembre um pouco um bom e velho molho de tomate. Nada que atinga as pistoleras, mas que seja derramado por elas e por sua trupe. Que os cenários voltem a ter areias, bebidas, ar, supsense, amor, paixão; que os personagens voltem a dizer qualquer coisa a qualquer hora em quaqlquer rua do velho pueblo.
Voltem!
Tijuana, 10 de junio de 2009
Zari

martes, 9 de junio de 2009

A Vida Te Põe no Lugar Sempre de Algum Jeito

Um belo dia amanheceu e pequenos raios de sol acariciaram meus olhos. Quando os abri, senti uma leve brisa se aproximando. É a famosa sede por novas realidades chegando. A clareza chegou antes dela: saber que o passado tem suas raizes exaltantes, porem ja finito, que dias ha pouco passados tem suas enaltecedoras conquistas e avancos, e que novos dias serão descobertos e ainda nao sei como!
Percebi que o que chegará mesmo está por me iluminar a mente, mas a certeza do que nao é ja noto logo.
Vi que a decisao de muito está presente, como tudo do que me afastei e do que eu visei proximidade. Só a alegria pode entao estar mais do que dentro de mim, como sobrando de mim e cativando qualquer situacao. Desafios surgem na cabeca e muito me atraem. A possibilidade do passado diferente parece ser muito boa, mas de possibilidade à certeza nao parece que chegará rapidamente. Entao a certeza do novo ja vivido versus o mais novo a descobrir vivenciando loucamente como inovador, é o mais poderoso e pesado. Desse jeito, a disputa entre um antes modificado e um novo diferenciado nao será muito justa, tendo o segundo melhores oferendas.
Foi quando me dei conta que tentei engolir um momento que ja havia muito bem digerido e que de presente nada mais tem. E que minha mente tem novos desejos e novos passos que levam ao nunca alcancado e que sempre surpreende. Solidao jamais me cercou, mesmo com esses pensamentos. Inigualaveis estarão sempre por perto, parecidos estarão em grandes chances por ali tambem, e novos serão conhecidos.
A fumaca que sai da pistola ainda quente, porem esfriando, é o sinal mais evidente de que ali há uma morte que muito diz e deixa o fim de algo que antes só parecia estar acabando, mas já está acabado.
O mais evidente foi a delicadez do aflorecer de uma semente desabercebida semeada dentro de mim. Parece que seria algo distante, mas cada vez mais visto a forca que conquista. O muito que domina o pensamento passou a nao ser unico, porque se verificou que ali cabe muito mais a se cultivar, e ate mesmo uma eventual tristeza que ainda nao tenho, e espero que não tenha tão cedo, sombra de tentar se aproximar.
Aquilo tudo é a vida! Me trouxe a perceber o lugar em que estou, os poderes de decisoes, os efeitos que me alcancam, as possibilidades novas, e os novos proximos!
Achei a paixao: pela vida, pela felicidade, pela conquista, pelo avanco, pela melhora, pela inovacao e pelo outro. O outro pode ser o matado morto ou matado morrido, o pistolado e sobrevivente instigativo ou sobrevivente e nao compreensivel, e ate mesmo que tenta se esconder mas pode ser descoberto.
Eh onde a vida te põe: com todas as chances que voce e ela tem, fica claro o melhor lugar e eh pra la q voce vai! E vai muito gostando, nada criticando e o novo conquistando!!!
Que seja muito bem vivido!!!

lunes, 8 de junio de 2009

Qdo vc descobre que so existe um Zap....

Qdo para de ventar no deserto por muito tempo eh ate mais perigoso do que quando venta demais. A falta da adrenalina que a cavalgada em direcao a uma batalha nos causa chega a ser insuportavel. Olho para o lado e nao vejo nenhuma delas. Fecho os olhos e tento sentir mais uma vez a sensacao de que alguma coisa iria acontecer...nada. Mas Zentania estava la ao meu lado e naquele momento talvez tivesse sido melhor que nao estivesse. Uma carta eh entregue em minhas maos e movida pela loucura que aquela calmaria estava me causando fui em busca do Pueblo que acreditava ser minha unica saida. Uma Pistolera escreve sua historia, uma Pistolera nao espera um convite para invadir um Pueblo, mas uma Pistolera tem que respeitar o deserto para que esse nunca vire-se contra ela. Naquele momento regras que nao existiam foram quebradas, cartas jogadas fora foram recolhidas e a ilusao de um encontro de almas inexistentes me atiraram a uma armadilha. Talvez o deserto as vezes torne-se muito seco, talvez as vezes o vento pare de soprar e talvez as companheiras as vezes separem-se para conquistar Pueblos diferentes.... Mas quando voce cai em uma armadilha no deserto, em uma ironia do destino ou em uma jogada arriscada.... eh bom que voce saiba..... O unico Zap que existe......eh voce!!!