miércoles, 25 de febrero de 2009

Deserto te estraño!












Eu estava começando a escrever de como estou sentindo falta do deserto, quando recebo uma carta de Zari!!!! Zari por onde você andava??? Esses dias cheguei a conclusão que entre as pistoleras, todas tem seu momento de madrinha, e nesses últimos dias, Zari foi a minha!!! Ela manteve seus olhos bem aberto, avistou o perigo de longe, o perigo e as oportunidades, fez o que tinha que ser feito... Enquanto isso, olho pra fora de minha cabana e me deparo com o deserto.... ele olha para mim e sorri...... Os sinos tocam anunciando a chegada de um fenomeno que estava prestes a acontecer..... o encontro do passado com o presente e com o futuro..... Pera um pouquinho.... Estava eu escrevendo agora isso depois que os sinos tocaram e eles acabaram de tocar mais uma vez....... Seria um sinal? Pelo menos foi assim que interpretei..... O dia estava quase amanhecendo, peguei Ventania e sai sem olhar para trás. O deserto estava cheio de acontecimentos, porém meu destino estava traçado.... Em outras épocas acho que não teria ido, mas hoje..... fui. Varias comemorações aconteceram, Pueblos nunca antes explorados e pessoas nunca antes vistas...... os primeiros raios de sol surgiram e continuei minha jornada sem pensar em outros caminhos. No deserto tem que ter coragem para enfrentar um furacão, porque ele muda nosso caminho... as dunas se movem e o Pueblo que estava lá um dia... no outro não está mais. O passado se fez presente e o presente se fez passado.... O Presente que virou passado...por lá ficará.... agora o passado que virou presente....

martes, 24 de febrero de 2009

A lenda da chuva de purpurina


Tudo começou na semana passada. E acreditem, nem los senores más viejos del deserto desconfiaram. O vento anunciava a sua chegada, e como de costume, todos esperavam o cheiro e o presente trazido por ele. Mas o vento dessa vez não trouxe, até porque, não era o vento. Aquilo ali tinha outro nome. Era inédito! Recebemos pela primeira vez na história do deserto, o furacão.

Depois que ele passou, não teve luta, não teve ataques e nem guerra. Naquela noite só teve celebração. Convocamos um pequeno baile en San Pedro del Max. Afinal, o furacão tinha trazido coisas novas e destruiu tudo aquilo que era velho sem utilidade. Restaram os cactos e quase todos os personagens do filme. Além disso, chovia purpurina. Estranho de imaginar, mas imaginem, a história do deserto mudou!


E tenha certeza só de uma coisa: depois do furacão, quase tudo no deserto, virou lenda....


Na porta, ela. Vestida de vermelho com um cravo branco na boca. Seu corpo curvado estava molhado de tanto suor. Ela caminha com passos lentos e fortes até a mesa de bilhar, se apóia, cospe o cravo na mesa e vira delicadamente a dose de tequila. Ele, forasteiro e aprendiz, se aproxima e fala em seus ouvidos:

-Mi amor, no quieres...

(TUM)

Cai o corpo do forasteiro e aprendiz sobre o jogo de bilhar. O sangue escorre e mancha o verde da mesa. A música para. Todos a olham. O silêncio toma conta da festa. Nenhum barulho do vento! Ela pega o cravo branco e coloca entre seus seios. Caminha até o balcão e pede sensualmente mais uma dose de tequila.

- Yo lo sabia que un dia volverias, amor! canta ele

- Si?? Que rico guapo!!! Pero, tengo que te decir que estoy de paso! - avisa ela

- No lo puedo crer, amor de mi vida! Tu eres la mejor pistolera del deserto! Tu eres la mejor! Todas ya lo saben!!!

- Si, es verdad! ¿¿Y donde están mis companeras?? Hace tiempo que no las veo!!!

- Están bien, carino!! Ahora la aduna de Tijuana son dellas!!!

- Zraaaaaaaaaa!!!! No lo creoooo!!! Joder!! "Una vez pistolera, siempre pistolera"!!!

- Zra! Es verdad. Mira guapa, las pistoleras se quedarán muy contentas que tu estás aqui!!! Ellas están ali afuera, pues hay la lluvia de purpurina!

Apoiada ainda no balcão, ao lado do copo de tequila vazio, ela abre um sorriso saudoso e olha a cena pelo pedaço quebrado da janela: As três compañeras dançando enlouquecidas embaixo da chuva de purpurina. Ela sequer se move; seus olhos transbordam lágrimas e a saudade esmaga o coração.

A lenda tinha voltado, não para ficar, mas para ensinar. A pistolera mais rápida do deserto se chamava Zov e era madrinha de Zarcas. Foi um reencontro histórico para as pistoleras. E os señores más viejos del deserto espalham por ai, que foi por esse motivo que choveu purpurina. E depois daquela noite, ninguém jamais a viu.

martes, 17 de febrero de 2009

Cada um com seu cavalo


Toda pistolera tem além de uma madrinha, um padrinho. A diferença é básica. A madrinha é aquela que fica sempre do teu lado em todas as batalhas. Ela é um exemplo. Você se inspira ao ver de perto ela atirando, andando a cavalo, lutando, jogando bilhar. Cada pistolera tem um tipo de madrinha, e a minha se chama Zarcas. Já o padrinho te ensina coisas da vida apenas com as palavras. Ele vai falando, falando, falando e você só anotando num caderninho. Além disso, o padrinho sempre te receberá a qualquer horário do dia e da noite. A primeira frase que você anota no caderninho quando conhece seu padrinho é “Mi casa, tu casa”, por isso chamamos nossos padrinhos de Papi.



Mas hoje, não tem Trio los Panchos, nem el Justiciero, e nem Zizzo.

Hoje só tem Passado.



Numa arriscada viagem de madrugada pela carretera do deserto rojo, desviamos de um tiroteio de coyotes enfurecidos em busca da aduana de Tijuana. (mal sabem eles, que a aduana é nossa). Quando vimos que os tiros estavam próximos, saímos de la carretera e seguimos pela direita. E como estava de madrugada, não lemos a placa: Estrada do Passado. Eu e Zarcas continuávamos correndo com nossos cavalos sem reconhecer a estrada e quando paramos para ouvir o vento, vimos o castelo de nuestro Papito. Sem pensar duas vezes, entramos e fomos recebidas com uma grande festa com direito até mariaches.

Papito comemorou até a última gota de álcool, estava feliz que tínhamos ido visitá-lo. Convocou os melhores garçons, os melhores mariaches e a melhor comida. Papito está com problemas de visão há mais de 3 anos e por isso, não pode mais atirar. Mas mesmo assim, nos deu os melhores conselhos sobre la carretera que devíamos pegar sem correr riscos de cruzar qualquer tiroteio. Além disso, nos ofereceu o quarto mais aconchegante do castelo: o quarto roxo! A mistura mais maluca que já presenciei em toda minha vida: Dois blogs juntos. Nós pistoleras dormindo no País do Sonho.

Acordamos de manhãzinha, pegamos nossos cavalos e fomos em direção a la casita amarilla. Depois de 20 anos, eu voltaria a ver o meu Papi Zadah. E sem querer deixar um clima de ciúmes, o Papi Zadah preparou uma festa maior ainda que Papito. Depois de muito choro, Papi foi me contando o porque era na verdade meu papi. Zadah foi um grande pistolero na década de 90, ficou famoso quando fugiu de 30 coyotes num caminhão de leite, e é conhecido como o rei da peteca. Papi me batizou de Zari e assisti em grande cena um tiroteio entre minha madrinha e meu padrinho. Depois de quase 24 horas na casa de Papi, fugi pela janela da cozinha. Aprendiz, encontrei Papi ao lado de Faísca.

- Zari? Você lembra daquela frase que te ensinei quando você ainda tinha quatro anos e estávamos no Zarque Bang Bang?
- Lembro, Papi.
- Qual era? – pergunta ele.
- Que nunca devemos atirar em pessoas que estão a pé pelo deserto! Só devemos atirar em pessoas que estão à nossa altura, cada um com seu cavalo.

Papi beija minha testa, me abraça e me ajuda a subir no Faísca. Prometo uma visita breve e saio correndo com Faísca. Lá de longe ele ainda grita:

- Pessoas que invadem o deserto a pé não merecem balas!!! Eles são tão perdedores que os cactos dão um jeito neles!

domingo, 15 de febrero de 2009

El deserto de San Francisco.

To be continued.......

miércoles, 11 de febrero de 2009

Voy a quemar tu casa !

Nem sempre uma batalha começa sem um aviso. E nem sempre o aviso está grudado nas paredes. Às vezes ele é cantado acompanhado de uma boa salsa dentro de um bar no meio do deserto.

Para deixar qualquer pistolera com raiva é só mexer com as ex-pistoleras. Sim, porque qualquer pistolera no deserto se garante, puxa o gatilho e pummm, o corpo cai sobre o próprio sangue na areia seca. Difícil é acertar alguma pistolera, porque toda pistolera guarda em segredo seu passado. É nele que vem o aprendizado dos pais, a primeira vez que ganhou uma pistola, a primeira vez que matou um pássaro em cima de um cacto. Haja história. As ex-pistoleras também têm passados, mas por algum motivo, tudo fica meio embasado, e mal sabem atirar ou mesmo se defender.

Acontece que existe uma casa ali no pueblo Zargants que está causando e a vizinhança não pára de reclamar. Na última noite ameaçou uma de nossas ex-pistoleras. E isso bastou.

Naquela tarde sabíamos que o pessoal da casa estaria bem ali, na nossa mira, no bar Zegas. Sem pensar pulei de Faísca e avisei as pistoleras que entraria no bar e quem quisesse que viesse junto. E obviamente que atrás de mim estavam Zarcas, Zezão e Zela gritando Zráááaááá! O bar guardava um ar de mistério. Parecia até que nos esperavam. Os homens que jogavam bilhar, quando nos viram, pararam e viraram rapidamente seus copos de whiskys. O trio Los Panchos já estava em seu determinado lugar, pronto para tocar. Todos eles ali acreditavam que mais uma vez o sangue seria espalhado por todos os lados. Mas estavam todos enganados. Era só um aviso. Trio Los Panchos tocava uma salsa e nós cantávamos:


Que mala costumbre tienes estas metiendo la PATA
donde no te llaman,
estar pendiente a las cosas que no te interesan
y me estoy cansando de tu HYPOCRESIA
y tu sabes bien, que yo no tengo paciencia
te voy a hacer un asalto cualquier dia de estos
o voy a QUEMAR TU CASA pa' que te muden del barrio

el vecino del frente me tiene cansado por que?
por estar pendiente a la vida ajena

el vecino del frente me tiene cansado por que?
por estar pendiente a la vida ajena

la historia que hoy les cuento es una historia real
de un hombre que se adelanta a lo que puede pasar
que siempre esta preguntando, que siempre esta protestando,
e indagando de la vida ajena
y me estoy cansando de su hypocresia
te voy a hacer un asalto cualquier dia de estos,
o voy a quemar tu casa pa' que te muden del barrio.

el vecino del frente me tiene cansado por que?
por estar pendiente a la vida ajena

oye no te metas en mis asuntos
mira pa' otro lado, mira pa' otro lado
siempre metiendo la pata donde no te llaman
mira pa' otro lado, pa' otro lado.

basta ya! no molestes a la gente
porque de esa manera, tu pones malo el ambiente!

hay mucho comentario
la gente dice que hablas demasiado
y con pocas palabras te digo
que pare ese chisme o lo paro yo
basta ya! no molestes a la gente
porque de esa manera, tu pones malo el ambiente!
quedate bien lejos de mi casa
mucha gente esta brava
la peña esta nerviosa
por esa cosa que estas diciendo
creo que en el barrio te estan buscando
basta ya! no molestes a la gente
porque de esa manera, tu pones malo el ambiente!

te voy a hacer un asalto pa' que te calles y pares el chisme
para mi gente yo traigo
mi ritmo canta solo
te lo doy es mi regalo

te voy a hacer un asalto pa' que te calles y pares el chisme
yo voy a seguir bailando
y ningun comentario
podra hacer que pare el sonido

te voy a hacer un asalto pa' que te calles y pares el chisme
no te metas tu conmigo
porque tengo en mi casa un monton de amigos!!

lunes, 9 de febrero de 2009

ZraZraZra!!!!!





Qué puedo decir. En el lugar cierto, en la hora correcta y con la bala perfecta!!!!

jueves, 5 de febrero de 2009

O méxico, aqui

Hoje não tem festa, não tem música, não tem diversão.




Debaixo dos nossos pés, ergue-se uma massa gigantesca, 60 mil moradores, só metade escolarizados, mais de um quarto desempregado, cercados por 20 e cinco mil milionários mais quinhentos brucutus armados de 12s, cavalos, carros, bombas e cassetetes.

O cínico cenário social da tragifarsa só não estava visível para quem não quisesse ver.



Atrás de um ladrão de caminhonete, os brucutus entraram a toda ruelas adentro, de 12 na mão, para cumprir seu dever junto ao Estado. São homens que ganham pouco pelo serviço sujo, mas convictos de que, ao servirem ao Rei, servem ao povo. E o povo, ciente de que, antes de tudo, já vive o estado de sítio, prefere o bandido ao mocinho, simplesmente porque o bandido olha na sua cara, e que o Rei, quando olha, só vê lixo e problema a ser varrido.

Cossacos metidos a Charles Bronson.



Mas o problema não se reduz a uma historieta novelesca. Não se trata de roteiro de romance onde o final já se deduz no começo. Não se trata de um roteiro onde o mocinho está na esquerda e o bandido na direita. A Flora vai morrer? Lá longe, vai, mas, aqui do lado, sabe lá Deus. Se partirmos do princípio de que o povo é o oprimido, e o Rei, o opressor, quem são os cossacos metidos a Charles Bronsom? Os opressores? Mas quem é essa classe alta que, lavando as mãos, defende à distancia, num blog, o povo?

O problema todo fica mais complexo, embora sob uma falsa aparência simplista, quando noticiado pelos helicópteros da mídia televisiva. Os periodistas fazem do problema um espetáculo. E, enquanto espetáculo, montam o cenário dividido apenas entre bandidos e mocinhos. Fica mais fácil para o espectador entender.

A simplificação do fato o torna, em verdade, mais complexo. Primeiro, porque é falsa. Em segundo, porque, ao sobrepor uma nova imagem falsa à coisa, cria uma terceira coisa já viciada. E, disto, se deduz que a mídia é, também, um poder. Mas, quem são as fontes da mídia? Os cossacos?

O deserto, onde os conflitos de classe se reduzem a conflitos diretos entre dois cabrons, ficou pasmo frente a complexidade e a violência do conflito. Ficou estático. Suspendeu sua história para chorar a alheia. Acostumado a macarronadas, enquietou-se frente um dilúvio social.

El Justiciero baixa a cabeça, entende a estrutura e, impotente, silencia-se.

Talvez, daqui pra frente, os conflitos mudem de direção...

lunes, 2 de febrero de 2009

Às vezes as balas são de festim!!!!!

Uma festa no deserto pode começar calma mas nunca termina ate que as chamas possam ser vistas de longe.

Ao entrar cavalgando com Ventania encontrei as companheiras em suas posições... Zizinha com seu novo olhar, aquele olhar de guerreira que há muito estava adormecido, mas que agora estava mais forte do que antes, e Zezão, com seu olhar calmo de uma pistolera que tem todo seu plano montado na cabeça...não lugar para duvidas muito menos para o medo!!!

Usamos nosso tempo nesse pueblo para deixar nossas pistolas brilhando, às vezes dentro de nossos corações sabemos que uma festa, uma batalha, um alvo melhor está somente a algumas milhas a frente, e então poupamos algumas vidas nessa festa, mas por mais uns dias.... Uma vez na lista de perseguidos as futuras vítimas estão com seus dias contados, mais cedo ou mais tarde as cruzamos no deserto, não escapatória.

Ao sair daquele pueblo tranquilo levamos alguns reféns, mas aqueles que não são A-I-N-D-A nossos companheiros, porque A-I-N-D-A não tiveram coragem de se desprender dos padrões que a sociedade, nossa arque inimiga, os impõe.

Avistamos outra festa no deserto e ao escutar o Trio Los Panchos de longe tínhamos certeza que estávamos indo para o lugar certo. A musica mais uma vez encheu nossos corações.... Não tínhamos muito tempo, o dia amanhecia e tínhamos que voltar para nosso esconderijo. As companheiras se separaram e cada uma, com muita sede de guerra, bateu as esporas em seu cavalo e galopou em direção de seu alvo.... Um tiro muito de perto no peito foi disparado de minha pistola...... que dessa vez o a bala era de festim.... balas que são usadas em vitimas que serão atingidas over and over.....até que contagiadas pelo espírito pistolero...elas regressem ao deserto!

domingo, 1 de febrero de 2009

Solamente los fuertes sobrevivem!!!

Uma manhã linda, muito verde, muito quente.... e de novo aquele vento....... Acordei em um pueblo distante.....que há muito tempo não visitava. Quando voltei do deserto americano esse pueblo foi meu primeiro destino. Por um momento me imaginei deixando o deserto para trás... mas esse momento foi levado por este mesmo vento. O mesmo vento que me derrubou com sua raiva um dia, hoje me fortalece. O deserto é traicoeiro e às vezes ele nos faz esquecer do porque estamos nele. Algumas companheiras preferem não se lembrar, talvez o que realmente importe é que estamos aqui e quem está aqui conosco....mas às vezes um dos motivos cruza novamente o nosso caminho... Me deixei envolver, fechei os olhos e segui seu cheiro.....aquela pele quente encostando na minha... aquela boca me enlouquecendo....aqueles olhos me despindo...aquele corpo me querendo. E quando o vento soprou mais uma vez........Boom Boom Boom........ you are dead baby!!!!!